Lucas Chiabi teve a sua primeira experiência com compostagem em um projeto científico no curso de Engenharia Ambiental na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Foi a partir desse trabalhou que ele fundou a Ciclo Orgânico, em 2015, ainda na faculdade. O negócio, que oferece um serviço de assinatura de coleta e transformação de resíduos orgânicos em adubo, abriu na segunda-feira (12/6) a sua primeira captação por meio de crowdfunding. Em pouco mais de um dia, atingiu um aporte de R$ 1 milhão, sendo que R$ 917 mil já foram depositados pelos investidores, segundo mostrava a Captable nesta quinta-feira (15/6).

O fundador relembra o começo: “Depois desse projeto na faculdade, eu comecei a separar orgânicos em casa”, conta. “Eu morava com os meus pais e meu irmão e a gente separava cascas de fruta, vegetais e comida para eu levar para a faculdade em um baldinho para transformar em adubo”.

O empreendedor conta que tentou divulgar a compostagem para os seus amigos, mas a sugestão não foi recebida com muito entusiasmo pelos colegas, que não queriam cultivar minhocas e transportar os orgânicos para a faculdade. “Foi quando minha namorada me escreveu em um programa de empreendedorismo para jovens e eu pensei que poderia começar a cobrar para fazer a coleta”, explica.

Cleantech focada em coleta de resíduo orgânico por assinatura capta R$ 1 milhão por crowdfunding em 24 horas

A Ciclo Orgânico oferece baldinhos e sacos compostáveis aos clientes para que eles separem o lixo orgânico. A startup coleta os resíduos semanal ou quinzenalmente, transforma o lixo em adubo e devolve aos clientes. Os planos partem de R$ 50 e variam de acordo com o número de residentes. A startup permite que os consumidores testem o serviço gratuitamente por um mês, antes de começar a pagar. “A maioria fica bastante tempo dentro do programa. Só cancelam caso se mudem para uma região que não é atendida”, conta Chiabi.

Atualmente, a empresa atua apenas no Rio de Janeiro, mas pretende expandir os seus negócios para outras cidades do país. Enquanto isso não acontece, a Ciclo Orgânico inspira projetos semelhantes. “Existem 150 iniciativas de pessoas que conheceram o nosso programa e decidiram fazer, em suas cidades, a coleta de porta em porta”, conta. “A gente vê um movimento crescente dessa prática o que levou a fundação, neste ano, da AB Compostagem, a Associação Brasileira de Compostagem.”

Sobre a captação, via Captable, Chiabi afirma que “a grande maioria dos investidores foram pessoas físicas que apostaram e investiram na empresa”. O empreendedor relata que, até a rodada, tudo o que era levantado pela Ciclo Orgânico era reinvestido na empresa. Em 2022, o faturamento da empresa foi de R$ 3,2 milhões.

Com o aporte recente, a startup pretende dobrar o número de residências clientes, que hoje somam 4,1 mil, em 25 diferentes bairros do Rio de Janeiro. .. leia mais em PEGN 16/06/2023