Companhia criada em Sergipe está hoje em quatro Estados e tem uma base de 7 mil animais de estimação

saude A rodada contou também com um aporte da Duxx Investimentos, gestora fundada por um executivo do mercado segurador.

A estratégia da FIR não demanda muita explicação. O universo pet já apresentava taxas de crescimento acima da média do varejo e serviços antes da pandemia, mas depois que cães e gatos viraram salvaguarda de distração e afeto para crianças e adultos enclausurados, o mercado explodiu. Capitalizações e aquisições na Petlove, Zeedog, Petland e Petz e até mudanças na estratégia da tradicional BRF mostram o aumento de demanda do consumidor e de interesse dos investidores.

Não é exclusividade brasileira. Somente no ano passado, foram 25 fusões e aquisições na indústria pet nos Estados Unidos e este ano o ritmo se mantém – há dois meses a Whitebridge Pet Brands comprou a Grizzly Pet, sua quinta marca de alimentos e suplementos, logo depois de a Prairie Dog anunciar a compra da Hiamalayan Pet Chews, conhecida pelos queijos de leite de iaque, o bovino tibetano.

Fundada pelo veterinário Raphael Clímaco, a Plamev é liderada hoje por Pedro Svacina, executivo com mais de 20 anos no mercado de telecomunicações, em que tecnologia, serviços e atendimento ao consumidor são itens cruciais. Svacina comandou uma profissionalização da companhia em 2019 e, de lá para cá, viu o mercado pet saltar 70%, um segmento que movimenta mais de R$ 40 bilhões por ano.“A pandemia acelerou muito os negócios, inclusive pela digitalização de processos. Estávamos em Aracaju e Maceió e o plano era expandir em Minas e Bahia quando o lockdown começou”, conta o CEO. “A única etapa que ainda não tínhamos digitalizado até então era o reconhecimento do pet, que era feito por um microchip colocado na clínica. Criamos o ID pet vinculado à identidade do tutor, rompendo essa barreira.”

Com isso, as assinaturas de planos, cadastros e acessos ao sistema são feitos à distância por sistemas semelhantes ao de bancos digitais e operadoras de celular. A cobertura da Plamev é nacional por meio de reembolsos, em que o cliente tem livre escolha da clínica, mas a companhia começou também a trabalhar com rede credenciada. Hoje são 500 clínicas e cerca de mil veterinários e a meta é dobrar o número de clínicas no curto prazo e chegar a mais de 3 mil veterinários no fim do ano.

A Plamev tem 7 mil pets em sua base de segurados hoje e quer multiplicar esse número por quatro com a capitalização. “Nossa meta é ser a maior operadora de saúde pet do Brasil em 2022”, diz Svacina. O objetivo é ousado, mas se baseia em múltiplos que outras empresas conseguiram obter depois de uma injeção de capital. No caso da Plamev, a estratégia é entrar em capitais e cidades de interior onde ainda só há “players” pequenos.

“A nossa sinistralidade é de 35%, enquanto alguns concorrentes estão na casa de 50%. Como os planos incluem não só as grandes e complexas cirurgias mas também aquelas operações e serviços mais de rotina, os tutores conseguem perceber valor de bate-pronto, como limpeza de tártaro, castração e operação de catarata”, diz Svacina. Os planos vão de R$ 14,99 a R$ 400, incluindo os customizados para filhotes. Segundo a Plamev, o acompanhamento periódico do pet com check-ups ajuda a prolongar a expectativa de vida animal em cerca de três anos, em média.

O capital da FIR também vai ajudar a diversificar os negócios. “Além do crescimento em planos, vamos trabalhar com marketplace B2C, para entrega de ração, por exemplo, e B2B, para trazer para o pequeno empresário condições melhores de compra como os grandes têm”, diz.

As novas estratégias devem começar em breve a aparecer na receita. Em 2020, o faturamento da Plamev foi de R$ 5 milhões e a projeção é fechar o ano com R$ 10 milhões. Com o capex acelerado, ainda não registra lucro. A companhia não abre o valor do aporte da FIR, mas o “valuation” foi de R$ 44 milhões. VS1 Capital e XP Investimentos assessoraram a Plamev. – valor econômico Leia mais em clippingdotblog. 23/07/2021