Terceira maior agência de turismo on-line movimentou R$ 400 milhões em 2012

Depois de multiplicar por sete o seu volume de negócios em três anos, para R$ 400 milhões em 2012, e se posicionar entre as três maiores agências on-line de turismo do Brasil, o site Viajanet passa por um momento de introspecção. Lançada no fim de 2009, a empresa, criada por Alex Todres e Bob Rossato, vai rever processos internos para concentrar o seu foco no atendimento pós-venda.

 Um dos principais objetivos, contam Todres e Rossato, é aumentar a quantidade de clientes regulares. Atualmente, 30% das pessoas que fazem uma compra pelo site o fizeram mais de uma vez. Até o fim deste ano, a meta é alcançar uma fatia de 50%. Com essas iniciativas, eles acreditam que o faturamento de 2013 possa dobrar em relação a 2012, para R$ 800 milhões.

 O tamanho físico da empresa também cresceu. De um escritório de 43 m2 no bairro de Vila Buarque, centro de São Paulo, para um espaço de 1 mil m2 na avenida Paulista. No início, eram 15 funcionários. Atualmente, são 50 na sede, mais 250 em um call center próprio. 

“Estamos num momento diferente agora. Crescemos muito rápido. Mostramos aos nossos investidores que temos escala. Agora vamos olhar mais para os clientes e queremos que eles nos olhem de forma diferenciada”, disse Todres.

 O Viajanet conta com quatro fundos de investimentos como acionistas, IG Expansión, Redpoint Venture Capital, General Catalyst e Pinnacle. Em junho de 2011, o Redpoint e o General aportaram US$ 19 milhões no Viajanet. Naquela época, a participação dos fundos era de 40%. A fatia atual dos investidores, após a entrada do Pinnacle, em dezembro de 2011, não foi detalhada. “Eles [os quatro fundos] têm a maioria do capital”, disse Todres.

 Rossato contou que o Viajanet vai lançar uma nova versão do site até o fim deste ano, com mais opções de serviços pós-venda aos usuários. Uma das ideias é permitir o check-in antecipado sem a necessidade de acessar o site da companhia aérea, assim como consultar o mapa de assentos de um avião na própria página do Viajanet.

“Nosso concorrente não é o Decolar, mas as Casas Bahia, a Fiat. Além de viajar, a classe C também quer comprar geladeira nova, carro zero-quilômetro”, afirmou Rossato, referindo-se ao maior site de turismo, o Decolar, onde ele e Todres trabalharam.

 Até o fim deste mês, o Viajanet concluirá um investimentos de US$ 10 milhões como parte do processo de revisão de processos. A sua central de dados e servidores vão para Miami, como forma de garantir a estabilidade do site e de seus sistemas de tecnologia.

 Ao concentrar a atenção na revisão de processos, o Viajanet praticamente deixou de atuar em uma frente que chegou a responder por 10% do seu faturamento, o desenvolvimento de sites de vendas de pacotes turísticos para terceiros.

 O Viajanet desenvolveu os sites de turismo da Saraiva, do Yahoo, do Click a bordo e do Comprafacil. Só permanece com a Saraiva. “Esse negócio exigia muita energia e foco nosso. Fizemos o inverso, parcerias com experiências bem sucedidas para melhorar o nosso atendimento”, afirmou Rossato.

 O Viajanet fechou três parcerias nesse sentido, com a CVC para a venda de pacotes turísticos, com a Booking, para hotéis, e com o ClickOn, de compras coletivas. Por Alberto Komatsu Valor Econômico
Fonte: interjornal 05/04/2013