O Consórcio Terminais BH, que engloba o Grupo Infracon e a Riera Investimentos e Administração, venceu o leilão de concessão de outorga do Terminal Rodoviário Governador Israel Pinheiro (Tergip), em Belo Horizonte. O consórcio fez o maior lance de outorga fixa, no valor de R$ 20 milhões, o que representa um ágio de 1.829,05% em relação ao valor inicial do leilão, de R$ 1,03 milhão. O leilão foi realizado na sede da B3, em São Paulo, e teve transmissão ao vivo.

Também disputaram o certame a Socicam, e o Grupo Sinart. Na abertura de envelopes, o Consórcio Terminais BH já apresentou a maior proposta de outorga fixa, de R$ 5,5 milhões. O Grupo Sinart enviou proposta de R$ 3 milhões e a Socicam, de R$ 2,1 milhões.

Na fase de pregão em viva voz, as empresas fizeram 19 lances pela concessão da rodoviária. A Socicam elevou sua proposta para R$ 6 milhões e depois saiu da disputa.

Após o leilão, o diretor do Consórcio Terminais BH, Rodrigo Vieira, observou que o grupo tem mais de 40 anos de experiência em gestão de terminais e disse que o terminal rodoviário de Belo Horizonte ficará muito melhor.

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O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), participou do leilão e disse que todo o recurso arrecadado com o leilão será aplicado em infraestrutura para melhoria do Estado. “Estamos dando mais um passo importante. Tenho certeza que os usuários do Tergip e demais estações terão prédios melhores, mais conforto, mais segurança, wi-fi e uma série de serviços que queremos que recompensem o cidadão”, disse Zema.

O secretário de Infraestrutura e Mobilidade de Minas Gerais, Fernando Marcato, considerou “exitoso” o resultado do leilão. “Até julho, teremos mais quatro leilões. A gente está muito confiante. Isso mostra a diretriz do Estado em se tornar atrativo para investidores, confiável e um Estado que acredita na participação da iniciativa privada na infraestrutura”, afirmou.

O Consórcio Terminais BH foi representado pela Mundinvest Corretora. A Necton Investimentos representou a Socicam e a Corretora Ativa representou o Grupo Sinart.

O pacote de concessão tem duração de 30 anos e inclui além da Rodoviária de BH, a concessão dos terminais metropolitanos de Sarzedo, Ibirité, Justinópolis, Morro Alto (Vespasiano) e São Benedito (Santa Luzia) e 17 estações do transporte metropolitano. O vencedor do leilão terá que investir R$ 116 milhões nos primeiros 36 meses de administração em todos os terminais e estações.

Por dia, passam pelos terminais e estações metropolitanas 800 mil pessoas. A rodoviária recebe 10 milhões de pessoas por ano.

Modelo de concessão é inovador, diz secretário

O pacote de concessão leiloado pelo governo de Minas Gerais, que reuniu o Terminal Rodoviário Governador Israel Pinheiro (Tergip), em Belo Horizonte, cinco terminais metropolitanos e 17 estações do transporte metropolitano (Move), representa um modelo novo de concessão, disse Marcato. O formato também promete ser mais rentável para o Estado.

“Rodoviária é como aeroporto, não precisa do poder público para se sustentar. Mas terminal metropolitano geralmente não gera receita suficiente para cobrir todas as despesas. Por isso, os governos fazem PPP [parceria público-privada] para esses terminais”, observou.

Pela primeira vez, os ativos foram reunidos em um mesmo pacote e leiloados no formato de concessão. Com isso, o Estado não vai precisar fazer nenhum desembolso durante os 30 anos do período de outorga. E os ganhos obtidos pelo Consórcio Terminal BH, que venceu o leilão, com a rodoviária podem ajudar a bancar os custos dos outros terminais.

Hoje a nossa avaliação é que os terminais metropolitanos são pouco explorados na parte de lojas. Ao trazer o setor privado para a gestão, haverá um estímulo para a exploração comercial da área”, disse Marcato.

Uma outra vantagem da concessão, segundo o secretário, é que o consórcio vencedor terá que criar um centro de controle operacional integrado, que vai ter câmeras de segurança e fiscalização do movimento de ônibus nos terminais. Dessa forma, será possível controlar melhor os horários das linhas e o nível de lotação. “Essas informações serão compartilhadas com o governo, o que vai nos permitir definir uma melhor distribuição das linhas de ônibus”, disse Marcato…saiba mais em Valor Econômico 25/03/2022