As empresas brasileiras recompraram US$ 9,3 bilhões em dívidas emitidas por meio de bonds no exterior. O montante é quase o dobro dos US$ 4,9 bilhões que as empresas levantaram lá fora este ano. É uma situação atípica, já que tradicionalmente as companhias lançam papéis novos para recomprar os velhos. As grandes companhias nacionais recorrem ao exterior para captar volumes maiores e a prazos mais longos junto a fundos e outros investidores globais de peso. Vale e Petrobras, por exemplo, já recompraram juntas mais de US$ 4 bilhões.

A soma não inclui recompras feitas sem anúncio ao mercado, uma exigência para operações grandes. No grupo das recompras sem aviso, estão as feitas por companhias de proteína, como Minerva e Marfrig. Por outro lado, Cemig, CSN e o Banco do Brasil, que tem bonds vencendo no fim do ano, já informaram que estudam recompras.

Juros nos EUA impulsionaram movimento

A alta do juro norte-americano é o principal motivo dessa mudança. Para as companhias, ficou mais barato captar recursos no mercado brasileiro do que no exterior ou até mesmo usar o próprio caixa para essas recompras.

Ao mesmo tempo, a percepção de que o juro pode seguir subindo tem afastado investidores internacionais dos papéis de países emergentes, o que jogou os preços dos bonds para baixo e os tornaram mais atraentes à recompra…. saiba mais em Estadão 26/08/2022