O cofundador do Uber Technologies, Travis Kalanick, que foi afastado do comando em junho, está vendendo quase um terço da sua fatia de 10 por cento da empresa de transporte urbano por aplicativo por cerca de 1,4 bilhão de dólares, disse nesta quinta-feira uma pessoa familiarizada com o assunto.

A venda de Kalanick faz parte de um acordo fechado por um consórcio liderado pelo SoftBank Group Corp, que está assumindo uma participação de 17,5 por cento no Uber, comprando principalmente ações de investidores iniciais e funcionários.

Na semana passada, o SoftBank garantiu acordos com acionistas dispostos a vender as ações, e o contrato será assinado no começo deste ano, de acordo com o Uber.

O acordo do Softbank avalia o Uber em 48 bilhões de dólares, um desconto de cerca de 30 por cento em relação à recente avaliação de 68 bilhões de dólares. Contudo, o consórcio de investidores também está fazendo um novo investimento de 1,25 bilhão de dólares com base na avaliação anterior, mais alta.

Kalanick se ofereceu para vender metade do total de ações que detém, mas devido ao limite no montante a ser adquirido pelo Softbank, ele vai vender apenas 29 por cento de sua fatia, segundo a fonte.

Outros investidores também não conseguiram vender tantas ações quanto queriam por causa do vasto interesse em alienar os papéis.

O ex-presidente-executivo da empresa tem uma participação de 10 por cento na companhia, o que significa que sua venda será equivalente a 2,9 por cento e renderá a ele cerca de 1,4 bilhão de dólares, acrescentou a fonte.

Um porta-voz de Kalanick se recusou a comentar o assunto, enquanto o Softbank e o Uber não estavam imediatamente disponíveis para comentário.

A venda tornaria o cofundador do Uber um bilionário pela primeira vez, não só no papel. Kalanick nunca antes vendeu ações da companhia que ele liderou por quase uma década, de acordo com a fonte.

O acordo do SoftBank oferece aos investidores e funcionários o que poderia ser a última chance de vender ações em transação aprovada pela companhia antes da tão aguardada oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) planejada para 2019. Por Liana B. Baker e Heather Somerville (Reportagem adicional de Philip George em Bengaluru) Reuters Leia mais em dci 05/01/2018