Shawn Layden, ex-líder da PlayStation, acredita que as mega fusões, que se estão se tornando cada vez mais frequentes na indústria dos videogames, não deviam ser comemoradas, pois na maioria dos casos elas representam perigos para a criatividade dos desenvolvedores

Nos últimos anos, empresas como Microsoft e Sony têm disputado uma corrida frenética para ver quem consegue adquirir mais estúdios, fazendo com que nomes como Bungie, Activision Blizzard, Bethesda e tantos outros deixassem de atuar de forma independente para fazer parte dos grandes conglomerados do Xbox e PlayStation.

Embora muitos fãs das marcas vejam essas aquisições como algo positivo, seja pela possibilidade de aumentar o número de jogos disponíveis no Game Pass ou para encorpar ainda mais o catálogo de exclusivos do PlayStation, grandes personalidades da indústria se mostram preocupados com o rumo que as coisas têm tomado.

Ex-chefe da PlayStation critica fusões

“Em uma recente entrevista com o podcast Lan Parties, Shawn Layden afirmou que as fusões fazem parte dos problemas que estão deixando a indústria em um estado que muitos criticam. A minha maior preocupação em torno da consolidação é que frequentemente afeta a criatividade.”

Por exemplo, considere um pequeno estúdio independente, estúdios criativos. Ao ser levado para um conglomerado maior, quanto maior, mais o tempo diminui e fica mais lento.

“Eu só fico preocupado com o que isso faz ao ímpeto criativo dos estúdios e se eles conseguirão manter viva aquela criatividade independente ou se simplesmente serão absorvidos pelo órgão maior. Só o tempo vai dizer, mas é um pouco preocupante. Quando você passa de centenas de vozes para dezenas de vozes, algumas se perderão.”

Layden diz que isto pode salvar estúdios da falência, mas, por outro lado, está resultando em uma indústria restrita a gêneros específicos e isso poderá significar o fracasso em capturar novos jogadores e até permitir que novas propriedades possam surgir, devido à saturação de jogos similares.

“Se continuarmos a apoiar os mesmos quatro ou cinco gêneros, então não conseguiremos novos jogadores porque esses jogadores já disseram que não estão interessados em coisas novas. Não se engane, alguém que disse não a Call of Duty durante estes últimos 15 anos não vai subitamente dizer sim para a franquia.”

Em sua entrevista, Layden deixou ainda um apelo às empresas para preservarem o fácil acesso aos videogames e não permitirem que fiquem esquecidos ou fora do alcance.

Por enquanto, nos resta esperar para descobrir quais serão os efeitos de todas estas aquisições, mas parece que nem todos estão felizes com o rumo que as coisas estão tomando… leia mais em Tudo Celular 26/10/2023