A startup americana Instreamatic promete levar o diálogo e a conexão entre marcas e consumidores a um outro patamar. Com anúncios interativos por voz, a companhia já tem clientes como McDonald’s, Jeep e Volkswagen e Pizza Hut

Instreamatic levantou US$ 2,2 milhões em rodada seed

Grandes marcas estão “soltando a voz”. Com a tecnologia da startup americana Instreamatic, empresas como Jeep, Pizza Hut e Volkswagen podem dialogar com seus clientes e aprender suas preferências para oferecer melhores produtos ou serviços.

“Somos basicamente uma empresa de anúncios tecnológicos”, resume ao NeoFeed Charles Andrew Whatley, que ocupa o cargo de vice-presidente sênior de desenvolvimento de produtos e parcerias da novata, que tem ainda na carteira nomes como McDonald’s, Ikea e Mercedes.

A plataforma da companhia é capaz de inserir um anúncio publicitário em meio a podcasts ou streaming de músicas, que funciona como uma rápida conversa com o cliente.
Um bom exemplo seria esse:
– A gente sabe que você está pronto para fugir do trânsito na sua volta para casa. Uma nova versão do aplicativo “Estradas” foi lançada e já está disponível. Gostaria de fazer o download? – pergunta a plataforma

– Ah, claro.
– Aqui está. O download pode ser completado quando for seguro para acessar o celular.
Turbinado por inteligência artificial, o sistema também responde a comandos negativos, ininteligíveis e até ao silêncio dos usuários que preferem não interagir.
Independentemente do direcionamento do diálogo, a Instreamatic mantém o papo no seguinte formato: uma pergunta, a resposta do usuário e uma réplica do sistema.
“Temos tecnologia para estender a conversa”, diz Whatley. Ele observa, porém, que a empresa opta por manter esse modelo mais curto por dois motivos: “Para privilegiar a experiência do usuário, que não quer ficar muito tempo longe de sua programação; e porque a taxa de engajamento cai em conversas alongadas”, explica.

E engajamento é a palavra-chave da Instreamatic, que cobra não por impressões, mas por interações. Se o cliente fala algo negativo ou positivo, pouco importa, contanto que ele responda ao sistema, é considerado interação.

“Se eu ofereço ao cliente, por exemplo, uma pizza, e ele está falando sobre cinema, isso não é computado como engajamento”, esclarece Whatley, “Só é engajamento quando o usuário responde diretamente ao anúncio de voz”.

Essa confiança no poder de interação se apoia em dados. Segundo o executivo, a média de engajamento dos usuários é de 11% a 12%, mas pode chegar a 18%. Para efeito de comparação, ele afirma que anúncios móveis tradicionais, onde a pessoa impactada precisa clicar em comandos na tela, têm engajamento de 0,6%.
O sucesso dessa conexão tem a ver, em parte, com o modelo de comando de voz, mas é responsabilidade, sobretudo, da estratégia de inteligência aplicada às campanhas. “Não reproduzimos o mesmo diálogo vez após vez, como acontece hoje na publicidade. Construímos uma narrativa e um relacionamento”, diz.

É por isso que nem todos os anúncios oferecem, de cara, um produto ou serviço. “Num primeiro momento, o sistema pode perguntar apenas ‘você prefere sorvete de chocolate ou baunilha?’, então o algoritmo computa a sua resposta e, no dia seguinte ou dias depois, o volta dizendo ‘ei, já que você gosta de sorvete de chocolate, que tal provar o da sorveteria Y?”, conta.

Essa inteligência é aplicada a todas as campanhas. Se uma rede de cafeterias oferecer um capuccino a um usuário e ele, por exemplo, responder “ah, não! Eu detesto café”, no próximo contato, esse consumidor poderá ser impactado por uma mensagem mais adequada, como: “eu sei que você não gosta de café, mas a cafeteria Z tem opções incríveis de chá! Gostaria de ver as opções?”. … Leia mais em  NeoFeed 09/01/2020

Ilustração 2d e conversa sobre compra