O financiamento coletivo em startups, também conhecido como equity crowdfunding, movimentou cerca de R$ 204 milhões, no ano passado, com 116 ofertas públicas, de acordo com levantamento da plataforma Efund Investimentos. O montante representa um crescimento de 2,4 vezes o registrado em 2020, de R$ 84,4 milhões.

A partir dos dados apurados, a Efund estima que, este ano, essa modalidade de investimento deva ter um crescimento de 50%, um ritmo menor que o do ano passado, mas deve superar R$ 300 milhões.

Uma das primeiras ofertas do ano é a da Clearbook, plataforma de investimento coletivo criada em parceria pela 2TM, dona do Mercado Bitcoin, e a plataforma de inovação aberta Distrito, que lançou ontem operação que pretende levantar até R$ 1 milhão para a YouPay, fintech do segmento educacional. O valor inicial da aplicação é de R$ 1 mil.

A YouPay, que começou a operar em maio do ano passado, é uma carteira digital entre pais, alunos e escolas. Pelo aplicativo, os pais podem pagar a escola e outros serviços agregados, como a cantina. Para as escolas, a facilidade do pagamento via aplicativo tem ajudado a automatizar a gestão de recebimento, aumentando a eficiência operacional. Entre maio e dezembro, a YouPay registrou um volume de negócios da ordem de R$ 1,5 milhão, atendendo quase 3 mil alunos.

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Financiamento coletivo em startups
Foto: Getty Images

“Como outras ofertas com as quais trabalhamos, os investidores têm a oportunidade de colocar recursos em uma startup que está em uma fase inicial e com potencial de crescimento”, explica Victor Delduque, que lidera a operação Clearbook. “Outra vantagem do equity crowdfunding é permitir que as pessoas possam aplicar um valor bastante pequeno numa operação que pode crescer muito.”

A captação para a YouPay acontece dentro da plataforma da Clearbook, onde os investidores podem fazer o aporte por meio de Pix ou boleto. A oferta será finalizada quando o valor-alvo for atingido ou pelo menos dois terços deste valor, no prazo de 180 dias.

Para o sócio fundador da Efund, Igor Romeiro, o crescimentos dos investimentos por meio das plataformas de financiamento coletivo, em 2021, “demonstra que o investidor começa a acreditar nesta modalidade de aporte, abandonando um temor inicial de que seria somente uma tendência volátil e passageira”.

Para ele, outro indicador de disseminação da credibilidade é que os aportes foram distribuídos pelos mais diferentes segmentos, desde a construção civil até o agropecuária, passando por precatórios e criadores de conteúdo digital, entre vários outros.

“Acreditamos que mesmo em um cenário desafiador para o investidor, como o que teremos em 2022, com eleição, aumento das taxas de juros e inflação, que convida para os investimentos em renda fixa, o crescimento do equity crowdfunding poderá ser superior aos 50%”, afirma Romeiro.

O sistema de registro de financiamento coletivo na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) conta com outras sete ofertas dentro da modalidade…leia mais em Valor Investe  09/02/2022