Com um ano de operação, a fintech mexicana Clara acaba de receber um investimento de US$ 30 milhões em sua série A, liderada por Tom Stafford da DST Global, com participação dos fundos Monashees, Kaszek Ventures, Avid Ventures e investidores anteriores, como a General Catalyst.

A proposta da empresa, fundada pelos ex-funcionários da Grow Diego García e Gerry Giacomán Colyer, é oferecer a empresas da América Latina uma solução de gestão financeira inteligente — começando pelo cartão de crédito corporativo.

“Enquanto o espaço de consumer finance passou por uma grande revolução nos últimos anos, o segmento B2B ficou para trás. Pagamentos, cartão de crédito corporativo e gestão de despesas representam uma oportunidade gigante globalmente. A Clara reuniu um super time para atacar essa oportunidade de bilhões de dólares na América Latina”, diz o investidor Marcelo Lima, sócio da Monashees, em nota.

O modelo, que é similar ao da fintech americana Brex, fundada pelos brasileiros Pedro Franceschi e Henrique Dubugras no Vale do Silício, também atraiu um grupo de investidores-anjo de peso. Entre eles estão Brian Requarth, da VivaReal; Justin Mateen, do Tinder; Karim Atiyeh e Eric Glyman, da Ramp (concorrente da Brex nos Estados Unidos); e Nicky Goulimis, da Nova Credit.

Além da rodada, empresa está em processo de fechamento de contrato para uma linha de crédito de US$ 50 milhões com um parceiro ainda não divulgado.

Aposta da pandemia

García e Giacomán começaram a operação da Clara em maio de 2020, em plena pandemia. Ex-funcionários da companhia de mobilidade urbana Grow, famosa pelos patinetes elétricos, eles decidiram se aventurar no universo das finanças corporativas inspirados por problemas que viveram na antiga companhia. “A Grow cresceu muito rápido e de forma ágil, mas o controle das finanças internas poderia ser melhor se houvesse uma solução como a da Clara”, diz Giacomán, em entrevista ao EXAME IN.

O primeiro produto lançado pela Clara é uma plataforma de gestão e emissão de cartões corporativos, que pode ser usada por empresas de todos os portes e segmentos. Por lá, os clientes podem emitir ilimitados cartões físicos e virtuais para os funcionários, customizar as linhas de crédito para cada pessoa ou departamento e acompanhar os gastos internos.

Por enquanto, a operação da fintech só está funcionando no México, onde tem mais de uma centena de empresas clientes, como Kavak, Cornershop e Casai, mas os sócios estão de olho no Brasil. Com o impulso do aporte, a empresa já começou a contratar no país e tem como meta iniciar os trabalhos por aqui em julho ou agosto deste ano. No total, a fintech emprega 50 pessoas e deve terminar o ano com cerca de 150 nos escritórios do Brasil e do México.

Segundo Giacomán, o principal desafio da companhia nessa fase de intenso crescimento é coordenar o time para entregar os produtos que os mais de 100 clientes precisam. “Temos produtos sendo construídos a todo momento, a cada novo cliente pensamos em como atender às suas necessidades”, diz o cofundador. A missão da empresa é, com o tempo, ser uma solução completa de pagamentos empresariais. Para isso, não descarta a possibilidade de fazer parcerias com outros bancos e fintechs… Exame Leia mais em  indicesbovespa 26/05/2021