Desde o dia 1º de outubro, cinco lojas da rede de supermercados Bon-Netto foram incorporadas ao Flex Atacarejo . As duas empresas atuam na região de Campinas, interior paulista. Três das unidades compradas ficam na cidade de Jaguariúna, uma em Pedreira e uma em Santo Antônio da Posse, na região metropolitana campineira. Já o Grupo Flex tem unidades em Valinhos, Vinhedo e Itatiba. Com o negócio, passa a contar com 11 filiais entre atacarejo e varejo.

A aquisição faz parte do plano de expansão da empresa, que tem a expectativa de alcançar 25 lojas nos próximos cinco anos, elevando o faturamento em 80%. O alto custo de construção, a escassez de imóveis de grande superfície e a sinergia logística foram fatores que atraíram o Flex para os supermercados do Bon-Netto.

Somam-se a eles o fato de as lojas terem uma boa estrutura, favorecendo a conversão para o modelo de atacarejo. “São unidades com pé-direito alto, boa quantidade de vagas no estacionamento e área de vendas adequada ao formato. Uma delas tem, por exemplo, 4.800 m² e duas contam com 3.000 m²”, explica Amílcar Pavan, sócio-fundador e diretor de marketing do Flex Atacarejo.

Somente uma das unidades possui área de vendas de apenas 1.200m², mas está sendo estudada a possibilidade de aumentar o tamanho. Uma opção é utilizar o espaço do depósito, uma vez que no cash & carry as mercadorias ficam estocadas nas prateleiras.

Transformação das lojas

O processo de conversão acontecerá com as lojas abertas. “Vamos trocar o pneu com o carro andando”, brinca Amílcar. A ideia é que três delas sejam reinauguradas no primeiro semestre de 2023 e duas no segundo.

“Acreditamos muito no formato de atacarejo e, sobretudo, em nosso jeito de operar”, afirma o sócio-fundador do Flex Atacarejo. A operação de cash & carry nasceu em 2017 numa daquelas situações costumeiramente classificadas como “há males que vêm para o bem”. Um ano antes da abertura, a empresa vivia a expectativa de abrir seu maior e melhor supermercado em Valinhos, quando a administração da cidade mudou, fazendo com que o processo de liberações parasse.

Foi nesse período que os proprietários ouviram falar no atacarejo. “Passamos a pesquisar e a estudar esse modelo e acabamos vendo que seria uma excelente oportunidade aproveitar aquela obra parada e remodelar o projeto para um formato inovador e que naquele momento contava com poucas empresas operando”, explica Amílcar. Depois dessa primeira unidade em Valinhos, vieram as de Vinhedo, em 2020, e a de Itatiba, inaugurada em abril do ano passado.

Foco no cliente local

Aliar preço baixo a serviços e a um sortimento especializado tem sido um dos diferenciais do Flex Atacarejo. As lojas contam com açougue, que trabalha com uma grande variedade de cortes e versões, inclusive à vácuo. Oferecem ainda um setor de frios completo, cortes de bacalhau, seção de importados, adega com sommelier e um mix variado de chocolate e azeite. Os clientes também contam com a opção de comprar online.

“Temos dois modelos de lojas, sendo um que opera com 14.000 itens e outro, com 12.500”, comenta Amílcar. Segundo ele, um setor que também conta com bom desempenho é a floricultura, localizada na entrada das filiais e com grande variedade de flores e arranjos. “Conhecemos nosso cliente e sabemos que precisamos ter um atacarejo diferente, por isso adaptamos o modelo ao público de cada cidade onde atuamos”, ressalta o sócio-fundador.

Operação de varejo

Paralelamente ao negócio de atacarejo, o Grupo Flex vem repaginando as lojas de varejo. Com a marca Asp Hortimercado, elas se diferenciam de um supermercado tradicional ao ter foco em produtos frescos, açougue e FLV de qualidade, mas com uma mercearia forte e competitiva em preço. “Estamos observando bastante essa questão do mix no varejo e fortalecendo a entrega de serviços”, explica Amílcar. Num futuro próximo, diz ele, é possível que a empresa avalie se o modelo tem boa aderência a áreas menores de vendas… leia mais em SA.Varejo 18/10/2022