A PagSeguro anunciou hoje que o BTG Pactual Principal Investments Fund receberá 7.960.215 ações ordinárias classe A da companhia, em uma operação privada derivada da saída do fundo como acionista minoritário do UOL. As ações recebidas pelo BTG (após a conversão das ações Classe B atualmente detidas pelo UOL) estarão sujeitas a um período de “lock up” (restrição para negociação dos papéis) de seis meses. Após a transação, o UOL permanecerá como acionista controlador da PagSeguro.

Segundo os analistas do Citi, a transação não deve trazer implicações materiais para a PagSeguro e trata-se de uma reestruturação da posição de investimento do fundo na holding. Eles reiteram a recomendação de “compra” para PagSeguro, afirmando que a companhia deve se beneficiar de um movimento de reprecificação, da concorrência estável, do forte TPV (volume de pagamentos), das despesas mais controladas e da crescente penetração do negócio bancário. “Neste momento, não esperamos que a operação exerça pressão sobre a ação devido a um possível ‘overhang’ (diluição potencial de acionistas minoritários)”, diz o relatório assinado por Gabriel Gusan.

A transação com o UOL foi revelada pela PPLA Participations, que tem os mesmos controladores do BTG. “Esta transação reflete a estratégia implementada pela companhia nos últimos anos de gerenciamento de seu ‘legacy portfolio’ de ativos, de modo que, com sua consumação, a companhia passa a deter participação em ativo mais líquido e negociado em bolsa”, diz a PPLA.

No seu balanço do segundo trimestre, a PPLA dizia ter uma fatia indireta de 3,1% no UOL, avaliada em R$ 220,2 milhões.

O capital da PagSeguro é formado por 202.053.365 ações classe B, o que significa que a fatia do BTG é equivalente a cerca de 3,9% dessa classe de papel… saiba mais em Valor Econômico 06/09/2022