A SPX acaba de fechar o primeiro aporte de seu fundo de private equity. Comprou 15,5% da ComBio Energia, numa transação que também envolveu o fundo Lightrock, que adquiriu igual fatia da empresa de projetos de geração de vapor a partir do uso de biomassa.

São os primeiros sócios institucionais da companhia, fundada em 2007 e comandada por Paulo Skaf Filho. A ComBio foi assessorada pelo Santander, que nos últimos dois anos vinha coordenando as conversas com investidores financeiros e estratégicos que pudessem aportar caixa para desalavancar o balanço e acelerar o crescimento, aproveitando a toada ESG.

Além de Skaf Filho, os irmãos Marcos e Fábio Brant de Carvalho, e Roberto Lombardi, fundador da corretora Interfloat (depois vendida à XP) são os fundadores da ComBio. O grupo de sócios executivos foi complementado por Roberto Véras, um dos primeiros contratados da empresa, hoje diretor de sustentabilidade.

O negócio da companhia é transformar a energia térmica utilizada por grandes indústrias em energia limpa, ao construir usinas cuja matéria-prima é biomassa ao invés de gás e óleo BPF, combustível derivado de petróleo. A fonte de biomassa varia conforme a geografia, de forma que as usinas sejam abastecidas em um raio de 150km, em média. Numa planta no Pará, por exemplo, a energia térmica é gerada a partir do caroço de açaí, enquanto um projeto do Sul utiliza casca de arroz e, no Sudeste, toco de eucalipto ou bagaço de cana.

Fundos da SPX e Lightrock compram 31% da ComBio Energia

“Vamos até a indústria que está queimando combustíveis fósseis e propomos uma solução em que a ComBio investe no sistema que gera vapor a partir de biomassa. A empresa não precisa assumir o risco financeiro ou técnico, que são nossos, e firma contrato de abastecimento, como um PPA”, explica o CEO.

Para a indústria, resulta em redução de custos – estimado em 30% com custo de combustível – e redução de emissão de CO2. “Quando a gente começou, há 15 anos, essa preocupação de descarbonização era incipiente mas hoje entrou na pauta das empresas para valer, com metas a cumprir”, emenda Marcos de Carvalho.

O modelo de negócio demanda capital de giro, já que um projeto iniciado hoje só passa a gerar Ebitda daqui a dois anos. O investimento começa em R$ 50 milhões e pode ir a R$ 350 milhões, caso do principal projeto que a companhia está colocando de pé atualmente, em paralelo a outras três usinas em construção – que vão totalizar 10 implementadas… leia mais em Pipeline 05/09/2023