Foram realizadas 856 transações no mercado brasileiro de fusões & aquisições em 2017,   com um investimento da ordem de R$ 261,9 bilhões. Representa um crescimento de 9,0% em relação ao número de operações do ano anterior e de um aumento de 4,8% dos volumes financeiros.
Entre os segmentos com maior apetite no ano destacam-se TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (TI); COMPANHIAS ENERGÉTICAS; OUTROS; ALIMENTOS, BEBIDAS E FUMO e HOSPITAIS E LAB. DE ANÁLISES CLÍNICAS.
O maior crescimento na segmentação por porte das transações ocorreu no teto – grandes negócios
(maiores que R$ 1,0 bilhão)  E o menor no piso – pequenas transações (menores que R$ 50 milhões).
Operações de porte até R$ 50 milhões – 480 –  apresentaram tímido crescimento, de 2,6%, no ano.
Valor médio das transações em 2017 registrou queda de 3,9%.
COMPANHIAS ENERGÉTICAS; OUTROS; ALIMENTOS, BEBIDAS E FUMO  e PETRÓLEO E GÁS foram os setores de maior expressão entre os investimentos realizados em 2017, no cômputo total dos investimentos – R$ 261,9 bilhões.
O maior apetite em 2017 ficou por conta dos investidores Estratégicos  com 603 operações (70,4%), e responderam por 74,4%  dos montantes investidos.
Os investidores de Capital Nacional  com 532 operações (62,1%), responderam por 43,4%  dos montantes investidos.
O maior volume de  recursos foram provenientes  dos investidores de Capital Estrangeiros, que com 324 operações, equivalente a 37,9%,  responderam por 56,6% dos recursos envolvidos, correspondendo a uma queda  de 15,7% em relação ao ano anterior.
Por país, os EUA, com 90 operações,  foi o maior investidor em 2107. A China com R$ 34,3 bilhões foi o país com maior valor de investimento estrangeiro.
TOP 10 BRASIL – Nas 10 maiores transações de M&A realizadas em 2017, o primeiro lugar ficou a operação  da Paper Excellence & Eldorado Papel Celulose.
IPO – O mercado de capitais registrou  11 IPOs em 2017,  sendo 10 realizado na Bolsa brasileira e um na bolsa americana

Operações de Fusões e Aquisições divulgadas com destaque pela imprensa brasileira no ano de 2017.

ANÁLISE DO ANO 


Evolução nos últimos anos – Com 856 operações de Fusões e Aquisições em 2017,  verificou-se um crescimento  de 9,0% em relação ao ano anterior.

Com 113 operações realizadas em dezembro de 2017,  em 27 setores da economia brasileira, registrou-se um crescimento de 25,6% no comparativo ao mesmo mês de 2016.


Setores mais ativos em 2017 – Os setores mais ativos da economia brasileira em 2017, dos 37 apurados, destaque para o segmento de Tecnologia da Informação com 261 transações no período. Em seguida, aparecem os setores Companhias Energéticas; Outros; Alimentos, Bebidas e Fumo; e Hospitais e Laboratórios de Análises Clinicas e Saúde.

O acumulado do volume de transações dos últimos doze meses sinaliza crescimento – O mês de dezembro/17, com 856 negócios indica crescimento de 2,8% do número de transações de M&A acumuladas nos últimos doze meses comparativamente com o mesmo período do mês anterior –   novembro de 2017, com  833 operações.
No gráfico do acumulado dos 12 meses, pode-se inferir três ciclos distintos de crescimento e queda do número de transações em 2017.  O primeiro que vai de jan. até jun/17, com crescimento regular estimulado pelo decisivo ajuste fiscal – PEC dos gastos públicos. Este ciclo é fortemente abalado com a delação da JBS, determinando quedas contínuas até out/17.  Os sinais do terceiro ciclo (ainda prematuros), de retomada  de negócios, iniciado em nov/17, com o fechamento de várias operações em análise, está sendo influenciada de certa maneira pela melhoria das expectativas de crescimento do pib, queda da inflação, privatizações e programa de reformas econômicas.

Grande apetite –  Entre os segmentos com maior apetite no ano de 2017 destacam-se TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (TI); COMPANHIAS ENERGÉTICAS  OUTROS; ALIMENTOS, BEBIDAS E FUMO;  e HOSPITAIS E LAB. DE ANÁLISES CLÍNICAS .

Correção – no mês de nov/17, foi alterado o valor e reenquadrada operação de TI para SHOPPING CENTERS e em abri/17, foi excluída operação no setor de TRANSPORTES


Sem apetite – Os setores que apresentaram maiores quedas no nº de transações em 2017, foram PRODUTOS QUÍMICOS E FARMACÊUTICOS; MINERAÇÃO; SERVIÇOS PARA EMPRESAS; TRANSPORTES e LOJAS DE VAREJO.

Maiores & Menores Crescimentos – O maior crescimento na segmentação por porte das transações ocorreu no teto – grandes negócios (maiores que R$ 1,0 bilhão)  E o menor no piso – pequenas transações (menores que R$ 50 milhões).

Operações de porte até R$ 50 milhões – 480 –  apresentaram tímido crescimento, de 2,6%, no ano.
Crescimento de 13,7% nas operações de porte superior a R$ 50 milhões. Nos últimos  anos estas operações são a maioria.
O maior crescimento do número de transações, 33,0%,  ocorreu  nas de  porte superior a R$ 1,0 bilhão, com 64 operações.

No mês de dez/17,  60,2% das transações são do porte de até R$ 50 milhões, com crescimento de 30,8% em relação ao mês de nov/17, e responderam por 2,2% do seu valor.
No topo da pirâmide foram apuradas 11 transações no mês, com porte acima de R$ 1,0 bilhão, representando 9,7% do número de operações e responderam por  71,7%   do valor das transações.

A voz do Médio Porte – Quanto à participação relativa do porte dos negócios ao longo dos últimos cinco anos, verifica-se a retomada, interrompida em 2016, do crescimento da representatividade dos negócios de Médio Porte – entre R$ 50 e 500 milhões, em detrimento das de pequeno porte. No ano de 2017, foram 266 negócios, com crescimento de 13,7%.Representaram 31,1% das transações e 17,6% dos montantes envolvidos.

A força do último trimestre – o número de operações no quarto trimestre foi significativo, 30,6% do total, sobretudo para transações de porte até R$ um bilhão.

Crescimento de 4,8% do montante dos investimentos em 2017.  Quanto aos montantes dos negócios realizados em  2017, estima-se o total de R$  261,9 bilhões, representando um aumento de  4,8%  em relação a 2016 – considerando Valores Divulgados ( 85,4%)  e Não Divulgados/Estimados (14,6%).

Em dezembro de 2017, estima-se o valor total de R$ 38,6 bilhões, aumento de 61,9%  em relação ao mês anterior – considerando Valores Divulgados (92,6%)  e Não Divulgados/Estimados (14,6%).

Queda de 0,1%  dos montantes envolvidos nos negócios acima de R$ 1,0 bilhão – Em 2017, foram realizadas 64 operações com porte acima de R$ 1,0 bilhão, representando 7,5% do número de operações, e respondendo por 67,7%  do valor das transações. Equivale a um crescimento de 33,3% no número de transações e de queda de 0,1%  dos montantes envolvidos, comparado com  2016.

O maior crescimento no valor das operações foi na segmentação  de porte de R$ 500 milhões a R$ 1,0 bilhão, com 37,5%.

34,1% dos montantes dos negócios ocorreu no 3º trim/2017, seguido pelo 4º trim., com 29,8%.

Valor médio das transações em 2017 registrou queda de 3,9%. Quanto ao valor médio das transações realizadas em 2017,  caiu para R$ 305,9 milhões, se comparado com  2016, quando foi R$ 318,3 milhões, significando uma queda de 3,9%. Vale notar que somente nos negócios de porte entre R$ 500 milhões a R$ 1,0 bilhão, o valor médio acusou crescimento,

Maiores investimentos setoriais – COMPANHIAS ENERGÉTICAS; OUTROS; ALIMENTOS, BEBIDAS E FUMO  e PETRÓLEO E GÁS foram os setores de maior expressão entre os investimentos realizados em 2017, no cômputo total dos investimentos – R$ 261,9 bilhões. No gráfico abaixo estão relacionados por ordem de relevância os investimentos acumulados, por setor em 2017, e o respectivo comparativo com 2016.

Investidores Estratégicos predominam em volume e valor –  O maior apetite em 2017 ficou por conta dos investidores Estratégicos  com 603 operações (70,4%), e responderam por 74,4%  dos montantes investidos.  Os Financeiros, por sua vez, realizaram 253 operações, equivalente a 29,6%

Investidores de Capital Nacional com maior apetite em volume – O maior apetite em 2017 ficou por conta dos investidores de Capital Nacional  com 532 operações (62,1%), e responderam por 43,4%  dos montantes investidos.

Investidores de Capital Estrangeiros predominaram em valor  – O maior volume de  recursos foram provenientes  dos investidores de Capital Estrangeiros, que com 324 operações, equivalente a 37,9%,  responderam por 56,6% dos recursos envolvidos, correspondendo a uma queda  de 15,7% em relação ao ano anterior.

Por país, os EUA, com 90 operações,  foi o maior investidor em 2107 no mercado brasileiro, representando 27,7%  do número de negócios realizados com estrangeiros. A China com R$ 34,3 bilhões foi o país com maior valor de investimento estrangeiro, equivalente a 23,1% do total.

TOP 10 BRASIL – As 10 maiores Fusões e Aquisições em 2017. 

As 10 maiores transações de M&A realizadas em 2017, envolvendo empresas brasileiras – com valores divulgados, em levantamento realizado pelo blog fusoesaquisicoes.blogspot.


 # 1  –  Paper Excellence & Eldorado Papel Celulose  A holding J&F, da família Batista, dona da JBS,  concluiu as negociações para a venda da Eldorado Celulose e Papel com a Paper Excellence, da família Widjaja, que também é dona Asia Pulp and Paper (APP). O valor total do negócio é de R$ 15 bilhões.
 # 2 – State Grid & CPFL Energia  A oferta pública de aquisição (OPA) das ações da CPFL Energia pela chinesa State Grid movimentou 11,3 bilhões de reais.a chinesa State Grid publicou o edital de sua oferta de 25,51 reais por cada ação restante da CPFL, após a compra do bloco de controle da elétrica brasileira.
 # 3  – SPIC State Power Invest & São Simão Cemig (Aneel) A chinesa State Power Investment Corp. (SPIC) venceu a disputa pelo lote leilão de hidrelétricas promovido pelo governo federal com pagamento de outorga de 7,18 bilhões de reais à União pela usina de São Simão
 # 4  – Itaú & XP Investimentos Itaú  compra 49,9% da XP Investimentos por R$ 6,3 bilhões. A compra vai ocorrer por fases. A participação do Itaú na XP começa com 49,9%, pode subir para 75% em duas etapas até 2022, e chegar em 100% em 2024 ou 2033
# 5 – Vale & Valepar  Os acionistas da Vale S.A. decidiram extinguir a Valepar, holding que controla a empresa.  A aquisição da Valepar, pela Companhia Vale do Rio Doce, foi pelo valor de R$ 5,9 bilhões.
 # 6  – Carrefour Brasil  ( IPO)   O Carrefour levantou R$ 5,125 bilhões em sua oferta inicial de ações (IPO) no Brasil. Foi o maior IPO realizado no País neste ano.
 # 7 – BR Distribuidora  ( IPO) A Petrobras levantou cerca de 5 bilhões de reais com a oferta inicial de ações (IPO) de sua subsidiária de distribuição de combustíveis BR Distribuidora. O IPO da BR é parte fundamental do plano bilionário de venda de ativos da Petrobras para ajudar a reduzir o endividamento da empresa.
 # 8 – Ternium $ Cia. Sider. do Atlântico (CSA)  Ternium adquire a CSA, da Thyssen, por R$ 4,9 bilhões. Após ter investido em torno de € 8 bilhões para erguer o complexo siderúrgico da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), e não ter obtido nada de retorno, o grupo alemão Thyssenkrupp fechou a venda da empresa para a companhia ítalo-argentina Ternium.
 # 9 – Fund. Antônio Helena Zerrenner & Petros Itaúsa O Petros, fundo de pensão de empregados da Petrobras, concluiu a venda de 5,76%  de participação na Itaúsa para a Fundação Antônio Helena Zerrenner,  operação avaliada em 4,52 bilhões de reais.
 # 10 – China Three Gorges & Odebrecht Latinvest Central hidrelétrica de Chaglla Odebrecht vende Central hidrelétrica de Chaglla, a terceira maior do Peru, a consórcio liderado pela China Three Gorges (CTG)  por cerca R$ 4,4 bilhões.

Transações TOP que poderiam estar entre as 10 maiores anunciadas.
Por não ter seus valores divulgados mas possivelmente estaria enquadrada – Incorporação da elétrica Elektro pelo grupo Neoenergia, que, após a implementação da operação, a espanhola Iberdrola será a acionista majoritária no negócio, tendo como sócios minoritários Previ e BB Banco de Investimentos. 
Cujos valores iniciais foram alterados em função de renegociações –  A mexicana Lala Foods comprou a Vigor Alimentos S.A., cujo valor atribuído pela Lala foi de R$ 5,7 bilhões por 100% da Vigor e também da Itambé, na qual a controlada da J&F tem participação de 50%. A outra metade da Itambé pertence à Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais (CCPR). Com a recompra da participação pela CCPR, a mexicana pagou R$ 4,325 bilhões pela Vigor.

IPO
O mercado de capitais brasileiro teve um ano bastante expressivo, com  11 IPOs em 2017, sendo 10 realizado na Bolsa brasileira e um na bolsa americana ( Nexa Resources).

 M&A – QUEM, O QUÊ, QUANDO, QUANTO, COMO e POR QUÊ
A pesquisa FUSÕES E AQUISIÇÕES – DESTAQUES DO MÊS tem o propósito de captar o “clima” do mercado das operações de Fusões e Aquisições bem como sinalizar suas principais tendências. Trata-se da compilação de notícias visando tornar mais acessíveis e conhecidos os negócios de fusão, aquisição e venda anunciados/realizados entre empresas com atuação no Brasil. Todas as informações sobre os negócios citados no presente relatório são obtidas a partir de notícias consideradas confiáveis publicadas pela imprensa e divulgadas no “estado” pelo blog FUSOESAQUISICOES.BLOGSPOT http://fusoesaquisicoes.blogspot.com.br , não sendo feita qualquer verificação quanto à sua veracidade, precisão ou integridade do conteúdo. Sempre que possível, serão mencionados os nomes dos compradores – investidor estratégico ou fundos de private equity, dos vendedores, a tese de investimento e principais “value drivers”, o valor da transação, forma de pagamento, múltiplos praticados (Valor da Empresa/EBITDA, Valor da Empresa/Receita) etc. Muitas vezes a notícia não é clara a respeito dos valores/forma de pagamentos e respectivos múltiplos. É bem-vinda toda e qualquer contribuição para tornar as informações mais precisas e transparentes.
Autor: Ruy Moura