Divulgadas 7 operações de Fusões e Aquisições com destaque pela imprensa na semana de 30/mar a 05/abr/2020.  Envolvem direta ou indiretamente empresas brasileiras de 4 setores e um investimento da ordem de R$ 231,7 milhões*.

COVID-19 “Os investidores querem previsibilidade e é precisamente isso que agora não existe. Neste momento só toma decisões quem não tem alternativa. Quem pode esperar espera”.

ANÁLISE DA SEMANA

Principais transações

NEGÓCIOS DA SEMANA


“Market Movers” – Brasil

  • Grupo francês compra a paranaense Laborclin, líder do mercado nacional em microbiologia – Prédio administrativo e indústria da Laborclin, em Pinhais (PR): portfolio da empresa é de mais de 2.300 clientes entre laboratórios de análises clínicas e indústrias. Hoje, a empresa brasileira produz, por ano, dez milhões de placas com meios de cultura para testes – número que deve crescer 40% nos próximos 12 meses e triplicar em três anos. Outro foco da Laborclin é a solução para testes de tolerância e glicose em diabéticos: são mais de dois milhões de testes por ano. O crescimento nesse ramo deve chegar a 60% em 2021.  03/04/2020

“Market Movers” – Exterior

  • Apple adquire app de previsão do tempo Dark Sky e mata versão Android – Versões para o Wear OS e Web também serão encerradas. API continua funcionando até o final de 2021. A Apple adquiriu o Dark Sky, popular e premiado app de previsão do tempo disponível para iOS, Wear OS e Android, e sua desenvolvedora, a The Dark Sky Company. O anúncio foi feito em um post no blog da empresa. “Nosso objetivo sempre foi fornecer ao mundo as melhores informações meteorológicas possíveis, ajudar o maior número possível de pessoas a permanecerem secas e seguras e fazer isso de uma maneira que respeite sua privacidade. 01/04/2020
  • Xerox desiste oferta hostil de compra da HP por US$35 bi, dizem fontes – A Xerox Holdings decidiu nesta terça-feira abandonar oferta de 35 bilhões de dólares para aquisição da rival maior HP Inc, depois que a epidemia de coronavírus colocou freios em sua campanha, afirmaram fontes com conhecimento do assunto. A decisão foi tomada depois que a Xerox afirmou neste mês que iria adiar reuniões com acionistas da HP para se concentrar na crise gerada pela epidemia. A desistência também marca um golpe para o investidor bilionário Carl Icahn, que detêm participações significativas em ambas as empresas e vinha incentivando a fusão. 31/03/2020

HUMORES & RUMORES

M & A – VENDA

  • Invepar vai vender sua participação na Concessionária Bahia Norte – A Investimentos e Participações em Infraestrutura (Invepar) optou por vender sua participação na Concessionária Bahia Norte (CBN) juntamente com a Odebrecht Rodovias para a Monte Equity Partners. Além disso, o conselho aprovou a venda da participação na Concessionária Rota do Atlântico (CRA), para o mesmo comprador. 04/04/2020
  • Venda do controle da Heringer pode voltar ao radar, diz presidente – Com balanço reestruturado, oportunidades podem surgir no futuro. A família controladora da Fertilizantes Heringer estará atenta a oportunidades para a venda da companhia no futuro, indicou nesta sexta-feira o presidente da empresa, Dalton Heringer, em teleconferência com analistas..03/04/2020
  • Petrobras inicia processo de venda dos campos Merluza e Lagosta – De acordo com a empresa, os habilitados para participar dessa fase receberão um convite com instruções sobre o desinvestimento. A Petrobras (PETR4) anunciou na terça-feira (31) que iniciou o processo de venda de toda a sua participação nos campos Merluza e Lagosta, localizados na Bacia de Santos. A Petrobras afirmou que a operação está em linha com a otimização do portfólio e a melhor alocação do capital da companhia. 02/04/2020

M & A  – COMPRA

  • Venda de 4 galpões família Klein ao GIC é suspensa por pandemia – A venda de quatro galpões do CB Group, empresa holding da família brasileira Klein, foi “suspensa temporariamente” devido à pandemia de coronavírus, segundo email do grupo confirmando a informação à Bloomberg. O grupo obteve a aprovação do Cade, órgão regulador antitruste do Brasil, em 30 de março, para vender 4 armazéns ao fundo da empresa de private equity Hemisfério Sul Investimentos S.A., conhecida como HSI, e ao fundo soberano de Singapura GIC Pte Ltd.. Outros 5 galpões já haviam sido vendidos aos mesmos compradores, em um valor total do negócio de R$ 1,6 bilhão. Parte dos galpões à venda nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo é alugada à Via Varejo, empresa na qual a família Klein é o maior acionista, com 27,5% de participação. Segundo o email do CB Group, “assim que a situação voltar ao normal no país,” o processo avançará novamente. 03/04/2020
  • Cade: fusões e aquisições cresceram 37% em março – No primeiro trimestre do ano, a alta foi de 25% ante o mesmo período de 2019. Ainda sem ter sofrido os impactos provocados pelo novo coronavírus (Covid-19), as aquisições e operações de fusões notificadas ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) cresceram 37% em março ante o mesmo mês em 2019. Levando em conta os primeiro trimestre de 2020, a alta foi de 25% na mesma base de comparação com o ano passado. De acordo com especialistas ouvidos pela coluna painel, da Folha de S.Paulo, ainda é cedo para prever como o mercado vai se comportar, mas esse ritmo de crescimento deve entrar em compasso de espera nos próximos meses, no aguardo de melhores definições.​ “Alguns fundos já nos procuraram. com recursos, dizendo que têm recursos na casa dos bilhões. Estão com bastante apetite, falando que vão fazer o resultado da década”, 01/04/2020
  • Omega Geração suspende participação em processos para aquisições após coronavírus – A empresa de energia renovável Omega Geração informou que decidiu suspender todos processos para possíveis aquisições dos quais participava no momento devido à mudança de cenário após o surgimento da pandemia global de coronavírus. “Tal suspensão permitirá direcionarmos esforços para atividades mais críticas no momento, tal como a continuidade de nossas operações sem qualquer impacto para nossos clientes”, disse a companhia. A Omega, que tem crescido rapidamente com a aquisição de ativos de geração renovável operacionais, disse que pagou 19,7 milhões de reais pela compra dos ativos da CEA III, além de uma parcela de 447,75 mil reais a ser quitada dentro de cinco dias úteis, após cumprimento de algumas obrigações pelas partes. 31/03/2020

PRIVATE EQUITY & VENTURE CAPITAL

  • Fundos de venture capital avisam: é hora de segurar aportes e de preservar o portfólio -Sob os impactos do Covid-19, Redpoint eventures, Kaszek, Softbank, Monashees e outros importantes fundos com atuação no País voltam os olhos para os seus ativos e preveem, ao menos no curto prazo, uma redução nos investimentos. Sócio-fundador da Redpoint eventures, uma das pioneiras de venture capital no Brasil, Anderson Thees já viu o segmento passar por muitos desafios antes de começar a ganhar maturidade e gerar seus primeiros unicórnios. Entre eles, Gympass e Rappi, duas investidas do fundo criado em 2012. Nada se compara, no entanto, à crise atual, gerada pelo Covid-19. Nesse contexto, Thees ainda não consegue mensurar quais serão todos as consequências da pandemia para os investimentos no ecossistema local de startups. Mas já definiu qual é a sua prioridade nesse momento.“Tínhamos acordos assinados em fechamento e honramos todos. Mas o foco agora está 150% no nosso portfólio”, disse Thees.A afirmação foi feita na tarde desta quarta-feira, 1 de abril, durante uma live que reuniu alguns dos principais nomes do mercado local de venture capital. E resumiu qual é o direcionamento de todos eles no curto prazo: preservar os investimentos e o que está dentro de casa.  01/04/2020

OFERTA DE AÇÕES

  • Bolsa tem pior trimestre da história, com perda de 36,86% de janeiro a março – Até esta terça-feira, 31, a maior perda acumulada em um trimestre, de 31,88%, havia ocorrido entre julho e setembro de 1998. O Ibovespa fechou o primeiro trimestre de 2020 com perda de 36,86%, a pior de que se tem registro para o intervalo de três meses, com a crise do coronavírus superando mesmo os momentos mais depressivos de 2008. Até esta terça-feira, 31, a maior perda acumulada em um trimestre, de 31,88%, havia ocorrido entre julho e setembro de 1998 – antes, em 1995, houve queda de 31,58% no primeiro trimestre ante o quarto de 1994, de acordo com AE Dados. 31/03/2020

TOP TRENDS

  • Consolidação vai se acelerar no Brasil e no mundo, diz Constantino, da Gol – Segundo acionista, operação da companhia aérea foi reduzida em 95% por conta da pandemia de coronavírus. A crise provocada no setor aéreo por causa da pandemia de covid-19 deve levar a uma consolidação do mercado, no Brasil e no mundo, afirmou Henrique Constantino, acionista da Gol, em evento on-line promovido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pelo Instituto Brasileiro de Estudos Jurídicos da Infraestrutura (Ibeji)..03/04/2020

M&A – COVID-19 e seus impactos


“Os investidores querem previsibilidade e é precisamente isso que agora não existe. Neste momento só toma decisões quem não tem alternativa. Quem pode esperar espera”,

  • Empresas rediscutem contratos de aquisições em meio às incertezas do Covid-19 – Em um ano com potencial de ser o pior da última década para os negócios de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês), advogados, agora de forma remota por conta da quarentena, estão debruçados em questões contratuais. Após decretada a pandemia do coronavírus, essa tem sido a maior demanda vinda das companhias em todo País. As empresas que estavam com negócios na mesa estão fazendo consultas sobre renegociação de contratos e até mesmo sobre a possibilidade de encerrar de vez a operação, em um momento em que não se tem clareza sobre os efeitos da atual crise. A análise está sendo feita com profundidade em uma cláusula tradicional dos contratos de M&A, chamada no mercado de MAC (do inglês, Material Adverse Change). O assunto, contudo, está aberto à interpretação e um dos caminhos tem sido negociar para que o fechamento das transações fiquem para o segundo semestre do ano, quando se espera maior visibilidade sobre as condições econômicas das empresas. Essa cláusula, sempre presente nos contratos de M&A, protege compradores e vendedores de uma transação forçada quando surge um fato que é capaz de alterar de forma drástica as condições e premissas sobre as quais os contratos foram originalmente pensados. Tal item contratual traz para os contratos de M&A particularidades e maior detalhamento para cada transação, para se evitar, assim, que as partes precisem recorrer ao texto mais aberto do código civil, .  01/04/2020
  • Setores econômicos terão recuperação desigual após crise do coronavírus – Estudo mostra que, enquanto segmentos como ensino a distância podem se beneficiar da crise, eventos e turismo devem sofrer no longo prazo. Em um cenário em que ainda não está claro quando será o melhor momento para a retomada do contato social – e de atividades paralisadas em meio ao combate ao novo coronavírus –, estudo da Bain & Company mostra que a recuperação entre diferentes setores estará longe de ser uniforme. Com a pandemia, as prioridades da população mudaram, colocando pesados desafios para as companhias de bens de consumo. Compras de “pânico”, como desinfetantes, máscaras, refeições prontas e medicamentos, ganharam espaço, enquanto laticínios, bebidas alcoólicas e produtos de luxo tiveram recuo. Nas últimas semanas, a demanda por atividades como comida fora de casa, passagens aéreas, turismo e eventos praticamente se extinguiu. Em um cenário em que o medo deve predominar, a tendência é que segmentos que dependam de concentração de pessoas enfrentem desafios de longo prazo, enquanto atividades virtuais poderão preservar parte do “boom” que registraram na crise. Os restaurantes hoje só operam com delivery e, no Brasil, as companhias aéreas reduziram o tráfego em cerca de 90%. No sentido contrário, ferramentas de trabalho e ensino a distância viram a demanda explodir. A ferramenta de videoconferência Zoom, por exemplo, viu sua média de usuários subir 340% desde o início do isolamento. 04/04/202
  • Após coronavírus, empresas de capital aberto intensificam pedido de recompra de ações – Forte queda nos preços dos papéis na Bolsa estimula movimento de grupos comprando seus próprios ativos. A forte queda do preço das ações na B3, a Bolsa de Valores brasileira, por conta do novo coronavírus, estimulou um movimento de empresas para a recompra de seus próprios papéis em circulação no mercado. No mês de março até ontem, 25 companhias registraram pedido de aquisição de suas ações na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – volume cinco vezes maior que o observado em fevereiro. Nesta lista, estão os três maiores frigoríficos do País – JBS, Marfrig e BRF –, construtoras, como Eztec, Trisul, Cyrela e Gafisa, além de bancos médios como Inter e BMG e a própria B3. Em todo o ano de 2019, 30 companhias abriram programas de recompra de ações, um movimento comum quando os mercados acionários perdem valor. Foi assim na crise global de 2008, durante a recessão de 2015 e logo após o Joesley Day, em maio de 2017, quando veio à tona as gravações do empresário Joesley Batista, dono da JBS, com o presidente Michel Temer. A operação de recompra, prevista na Lei das S.A., serve como estabilizador de preços das ações, explica Alexandre Bertoldi, sócio-gestor do Pinheiro Neto Advogados, um dos mais tradicionais escritórios de advocacia do País. “Esse movimento é uma aposta de que a empresa confia no seu negócio”, disse. “Quem tem dinheiro em caixa pode avaliar a alocação de capital”, disse. “A queda (dos papéis) aumentou a atratividade de nossas ações”, disse Marcelo Martins, vice-presidente de Finanças e de Relações com o Mercado do grupo Cosan. “Nós temos consistentemente investido na recompra de ações em linha com nossa estratégia de que essa é a melhor forma de investir o nosso capital no próprio grupo. Tem sido assim nos últimos quatro anos, sem perder foco em disciplina e nível de alavancagem.”  31/03/2020
  • O que a Covid-19 representa para o financiamento de startups? Conforme a COVID-19 se dissemina de maneira acelerada sobretudo na Europa ocidental, nos Estados Unidos e na América Latina, especialmente no Brasil, seus enormes impactos econômicos são, já, incontestáveis. Com a expectativa de uma queda acentuada no produto interno bruto (PIB) global, autoridades governamentais se apressam para apresentar uma resposta rápida com o objetivo de aumentar a liquidez, dando alguma esperança às famílias e empresas e acalmando os mercados. Em tempos incertos, empreendedores provavelmente se questionam: quais são as consequências para a captação de recursos para startups? Deveria eu, de alguma maneira, adaptar a minha estratégia para me relacionar com um investidor externo? Seria este o melhor momento? Como os fundos de venture capital (VCs) reagirão? Será sequer possível captar recursos em um futuro próximo? Qualquer tentativa de antecipar como a indústria de VC se comportará no período pós-Covid-19 é meramente tentativa, face à extrema imprevisibilidade do momento. As linhas que seguem, contudo, baseadas em conhecimento compartilhado por players da indústria de VC, tentam iluminar o debate e fornecer alguma orientação para empreendedores. .. Em conclusão, ainda estamos diante de um cenário extremamente embaçado, de modo que apenas arranhamos a superfície das implicações da Covid-19 para a indústria de VC e para a atividade econômica em geral. Somente será possível compreender a extensão dos impactos no financiamento de startups nos próximos trimestres de 2020. Isso, contudo, não deve impedir que empreendedores rapidamente adotem estratégias de sobrevivência, refletindo sobre seus modelos de negócio, questionando suas assunções e premissas e, caso realmente precisem captar recursos via equity no futuro próximo, se preparem para um “novo normal” em termos de dinâmica da transação e perfil do investidor. 31/03/2020
  • Fundos de venture capital avisam: é hora de segurar aportes e de preservar o portfólio -Sob os impactos do Covid-19, Redpoint eventures, Kaszek, Softbank, Monashees e outros importantes fundos com atuação no País voltam os olhos para os seus ativos e preveem, ao menos no curto prazo, uma redução nos investimentos. Sócio-fundador da Redpoint eventures, uma das pioneiras de venture capital no Brasil, Anderson Thees já viu o segmento passar por muitos desafios antes de começar a ganhar maturidade e gerar seus primeiros unicórnios. Entre eles, Gympass e Rappi, duas investidas do fundo criado em 2012. Nada se compara, no entanto, à crise atual, gerada pelo Covid-19. Nesse contexto, Thees ainda não consegue mensurar quais serão todos as consequências da pandemia para os investimentos no ecossistema local de startups. Mas já definiu qual é a sua prioridade nesse momento.“Tínhamos acordos assinados em fechamento e honramos todos. Mas o foco agora está 150% no nosso portfólio”, disse Thees.A afirmação foi feita na tarde desta quarta-feira, 1 de abril, durante uma live que reuniu alguns dos principais nomes do mercado local de venture capital. E resumiu qual é o direcionamento de todos eles no curto prazo: preservar os investimentos e o que está dentro de casa.  01/04/2020
  • Edson Rigonatti, da Astella Investimentos, dá sua receita para as startups enfrentarem a crise – Com 13 empresas no portfólio, como Resultados Digitais e Omie, a Astella se movimentou rápido para apoiar suas investidas. Nesta entrevista, Rigonatti conta o que está fazendo, fala do mercado de venture capital e de seu quarto fundo de R$ 400 milhões. O investidor Edson Rigonatti, fundador e sócio da Astella Investimentos, é considerado o rei do playbook , um “documento” que padroniza os processos em diversas áreas com o passo a passo do que fazer. E ele não poderia deixar de desenvolver sua própria receita para que as startups enfrentem essa crise por conta da pandemia do coronavírus. Nesta entrevista, Rigonatti conta o playbook que desenvolveu com as 13 empresas de seu portfólio, como a Resultados Digitais e a Omie, e faz uma avaliação dos riscos e oportunidades do mercado de venture capital. “Não desfizemos nenhum contrato e nenhuma negociação. Só estamos pedindo para aqueles com quem estávamos no final da transação para esperar um ou dois meses para ter fluidez no desembolso do dinheiro”, afirmou Rigonatti, ao NeoFeed. “Eu acho que vai ter uma postergação do crescimento, uma postergação do famoso “triple, triple, double, double, double”. Vai ser um “triple, triple, zero, double, double”, diz Rigonatti, referindo-se à teoria conhecida com T2D3, na qual a startup triplica a receita por dois anos seguidos e depois duplica por três anos seguidos. 31/03/2020
  • Impactos do coronavírus nas relações contratuais e operações de M&A – No atual cenário de incerteza causado pelo novo coronavírus, é possível observar os impactos sociais e econômicos que os cidadãos e as empresas, nacionais e ou estrangeiras, estão suportando sem que haja em nossa história recente qualquer precedente. Diante disso, a maioria dos estados brasileiros está adotando medidas restritivas visando a contenção dessa pandemia. Todavia, essas medidas afetam acabam diretamente as relações de consumo e de produção de bens e serviços, fazendo com que a grande maioria das empresas tenha dificuldades, ou até mesmo se encontrem impossibilitadas, de cumprir com as suas obrigações contratuais, forçando-as, inclusive, a mudar o rumo de seus negócios e postergar eventuais investimentos. 
Assim, as consequências da Covid-19 nas relações contratuais devem ser analisadas de forma casuística, tendo em vista as circunstâncias que envolvem o caso concreto. É possível traçar alguns pontos sensíveis aos contratos em geral, que são de extrema relevância. 
Moldada por Nassim Nicholas, a Teoria do Cisne Negro determina que existem eventos que estão fora das expectativas comuns, causando impacto extremo e dotado de previsibilidade retrospectiva (mas não prospectiva). Evidentemente, a Covid-19 pode ser considerado como um dos maiores Cisne Negros da história recente, uma vez que pode ser utilizado para caracterizar um evento de força maior, caso fortuito ou onerosidade excessiva. Dessa forma, podem as empresas arguirem a exclusão de responsabilidade contratual pela mora no cumprimento da obrigação contratual (artigo 399, do Código Civil Brasileiro ) e/ou pelo descumprimento contratual (art. 393 do Código Civil Brasileiro )? 01/04/2020

RELAÇÃO DAS TRANSAÇÕES

  • Grupo francês compra a paranaense Laborclin, líder do mercado nacional em microbiologia – Prédio administrativo e indústria da Laborclin, em Pinhais (PR): portfolio da empresa é de mais de 2.300 clientes entre laboratórios de análises clínicas e indústrias. Em meio à crise mundial que se instalou com a pandemia do novo coronavírus, uma aquisição fechada na segunda quinzena de março movimenta justamente o mercado da saúde. A francesa Solabia Group comprou a líder do mercado nacional em microbiologia, Laborclin. A negociação começou em julho de 2019 e seguiu a passos largos nos últimos meses. Atualmente, a empresa francesa, que é especializada em manufatura de matérias-primas para os setores de cosmética, farmácia, nutrição, biotecnologia e diagnóstico, é fornecedora da brasileira. O anúncio da nova aquisição acontece quase um ano após a compra da empresa de biotecnologia israelense, Algatech, pelo grupo francês. Ao redor do mundo, a Solabia tem sete unidades de produção e quatro de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento). Um desses postos de desenvolvimento de novas tecnologias está em Maringá, em uma área de 9.500 metros quadrados. Esse investimento em pesquisa e automação será aplicado à Laborclin, o que deve garantir mais segurança e aumentar a escala no processo de produção. “Com a aquisição, as marcas serão mantidas e o portfolio cresce dos dois lados, ampliando a possibilidade de vendas, inclusive internacionais”, conta Carlos Eduardo Vianna, presidente da Laborclin. Hoje, a empresa brasileira produz, por ano, dez milhões de placas com meios de cultura para testes – número que deve crescer 40% nos próximos 12 meses e triplicar em três anos. Outro foco da Laborclin é a solução para testes de tolerância e glicose em diabéticos: são mais de dois milhões de testes por ano. O crescimento nesse ramo deve chegar a 60% em 2021.  03/04/2020
  • Grupo alemão Bertelsmann conclui aquisição da Penguin Random House – O conglomerado de mídia alemão Bertelsmann anunciou, na tarde desta quinta-feira (2), que concluiu a aquisição da Penguin Random House, o maior grupo editorial do mundo, que detém o controle de 320 editoras pelo planeta – entre elas, a Companhia das Letras, no Brasil. Ao grupo alemão, faltavam apenas 25% das ações para ter o controle completo da Penguin, que tem sede em Nova York. A compra custou US$ 675 milhões (R$ 3,5 bilhões) aos alemães. A fusão dos dois grupos –que faz parte de um fenômeno maior de consolidação de editoras em todo o mundo– foi anunciada em dezembro e aprovada em março pela União Europeia. Há dois anos, a Penguin já havia comprado o controle majoritário da Companhia das Letras, fazendo sua participação acionária saltar de 45% para 70% na editora brasileira.  02/04/2020
  • Grupo dono da catarinense Schornstein incorpora cervejaria gaúcha – A Companhia Brasileira de Cerveja Artesanal (CBCA), formada pela Schornstein, de Pomerode, e pela paulista Leuven, vai incorporar uma terceira cervejaria. A gaúcha Seasons assinou nesta semana memorando de entendimento para se juntar ao grupo. Equipes das empresas e acionistas foram comunicados na quarta-feira (1º). A Seasons vai completar dez anos de mercado em agosto e conta hoje com uma linha de 10 rótulos, além de outros 40 produtos sazonais. Além do Rio Grande do Sul, a empresa já estava presente em Santa Catarina e em São Paulo. Mas a fusão com a CBCA deve permitir a ampliação da marca nesses estados e também em novos mercados. No final de março, a CBCA já havia anunciado a aquisição de uma participação na Fábrica 75, uma das maiores distribuidoras de cerveja artesanal de São Paulo (SP), com vistas à ampliação da presença das marcas em pontos de venda. Juntas, as marcas que formam a CBCA têm uma capacidade de produção de 250 mil litros mensais. A expectativa de faturamento da companhia para 2020 é de R$ 35 milhões.. 03/04/2020
  • Conheça a Carupi, startup brasileira de venda de carros acelerada pela Y Combinator – Os tradicionais serviços de despachantes podem ser eficientes, mas são um tanto anacrônicos para os nossos dias. É uma daquelas atividades da velha economia que exigem confiança subjetiva no profissional ou na empresa contratada. Na compra e venda de carros, pior. Se você for leigo nas questões técnicas, ainda terá de contar com um mecânico para te ajudar a não perder mais dinheiro. Observando o alto potencial desses gargalos, ele fundou a Carupi em setembro de 2019, que usa a tecnologia para minorar esses processos através de uma plataforma digital, onde vendedores e compradores não precisam sequer sair de casa para dar um match. Desde janeiro e até o final de março de 2020, Diego Fischer participa do programa de aceleração da Y Combinator, uma das gigantes do setor do Vale do Silício. A Carupi recebeu um aporte inicial de 150 mil dólares. O empreendedor ainda afirma que a Carupi já recebeu outras quatro rodadas de investimentos, mas não pode revelar os valores e os participantes. Atualmente, a empresa opera com 50 funcionários apenas na Grande São Paulo. No plano de expansão, ela deve seguir para outras cinco capitais no primeiro semestre; e conquistar 10 cidades até o final de 2020.“O que podemos anunciar é que a nossa expectativa é chegar em julho deste ano com 100 milhões de reais transacionados anualizado”, conta Fischer… 01/04/2020
  • AgroPro recebe investimento para desenvolvimento de soluções para o agronegócio – Empresa paranaense mantém uma ferramenta que auxilia agricultores no controle sustentável de pragas e doenças no campo. A empresa AgroPro, de Ponta Grossa (PR), responsável pela plataforma AgroPro Monitor, recebeu investimento do M3 VC5, veículo de investimentos gerido pela TM3 Capital, uma gestora de investimentos sediada em Curitiba, especializada em empresas de tecnologia. A plataforma AgroPro Monitor é uma ferramenta inteligente que auxilia agricultores no controle sustentável de pragas e doenças, através do monitoramento, análise de dados e decisão, oferecidas pela Inteligência agronômica baseada em algoritmos próprios. O M3 VC5 é um veículo de investimentos para empresas earlystage, gerido pela TM3 Capital, que surgiu a partir da visão de Marcel Malczewski, cofundador da Bematech – empresa de equipamentos para automação comercial líder no Brasil, que foi vendida para a Totvs em 2015. 01/04/2020
  • Ultracheese, da Aqua Capital, adquire o controle da Búfalo Dourado – A Búfalo Dourado está presente nos estados do RJ, SP e RS . Controlada pelo fundo de private equity Aqua Capital, a Ultracheese informou que adquiriu o controle da Búfalo Dourado, especializada na fabricação de queijos de leite de búfala. O valor da aquisição não foi relevado, no entanto, o negócio está previsto no plano de investimento total de R$ 40 milhões para o setor de laticínios divulgado pela gestora. Atualmente, a Búfalo Dourado atua nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. Com o novo controle, a empresa, que produz 10 mil litros de leite de búfala por dia, espera ampliar sua distribuição para o Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais. A meta da fabricante, de acordo com comunicado, é atingir R$ 1 bilhão em faturamento por meio de crescimento orgânico, sem prazo estabelecido.03/04/2020
  • Semantix anuncia aquisição da Tradimus para expandir atuação em saúde Com compra, empresa deseja ampliar presença em verticais do mercado de Big Data e Inteligência Artificial na América Latina. A brasileira Semantix que apresenta soluções de Big Data e inteligência artificial na América Latina, anunciou a compra da Tradimus, companhia fundada em 2012 com foco no desenvolvimento de tecnologias para o mercado de saúde B2B. A Tradimus oferece produtos e serviços a hospitais, clínicas e laboratórios de medicina diagnóstica com o objetivo de melhorar a gestão e análise de dados coletados, otimizar processos operacionais e redução de perdas. 30/03/2020

RELATÓRIOS – DESTAQUES DA SEMANA

QUEM, O QUÊ, QUANDO, QUANTO, COMO e POR QUÊ

 A pesquisa FUSÕES E AQUISIÇÕES – DESTAQUES DA SEMANA tem o propósito de captar o “clima” do mercado das operações de Fusões e Aquisições bem como sinalizar suas principais tendências. Trata-se da compilacão semanal das notícias visando tornar mais acessíveis e conhecidos os negócios de fusão, aquisição e venda realizados entre empresas com atuação no Brasil. Todas as informações sobre os negócios citados no presente relatório são obtidos a partir de notícias publicadas pela imprensa e divulgadas no “estado” pelo blog FUSOESAQUISICOES.BLOGSPOT http://fusoesaquisicoes.blogspot.com, não sendo feita qualquer verificação quanto à sua veracidade, precisão ou integridade do conteúdo. Sempre que possível, serão mencionados os nomes dos compradores – investidor estratégico ou fundos de private equity, dos vendedores, a tese de investimento e principais “value drivers”, o valor da transação, forma de pagamento, múltiplos praticados (Valor da Empresa/EBITDA, Valor da Empresa/Receita) etc. Muitas vezes a notícia não é clara a respeito dos valores/forma de pagamentos e respectivos múltiplos. É bem-vinda toda e qualquer contribuição para tornar as informações mais precisas e transparentes. Caso o conteúdo estiver em desacordo, nos contate que estaremos retirando o mesmo ou corrigindo a respectiva  informação. Blog FUSÕES & AQUISIÇÕES