As empresas de certificação e rastreabilidade de produtos agrícolas Genesis Group e PariPassu anunciaram nesta quarta-feira a fusão de suas atividades, em um negócio realizado majoritariamente por meio de troca de ações, que visa tirar proveito da crescente demanda pelos serviços em um país que é grande produtor e exportador de mercadorias agropecuárias.

Com faturamento combinado superior a 100 milhões de reais, as duas empresas com sede no Sul do país ainda se fortalecem para enfrentar multinacionais em um setor bastante pulverizado, o que indica que o acordo não deve enfrentar obstáculos das autoridades antitruste, afirmou à Reuters o conselheiro da Genesis Group Nelson Bechara.

“O crescimento do negócio vem de alguns pilares, o Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo… e tem uma demanda muito grande para alimentos seguros… neste contexto, tem oportunidade para criar uma empresa que seja líder em rastreabilidade do campo para a mesa”, disse Bechara.

A certificação, a rastreabilidade, a análise de resíduos e outros processos de controle de qualidade são essenciais para o embarque dos produtos agropecuários e a aceitação dos produtos brasileiros pelos importadores. Sem processos rígidos que garantam a segurança alimentar, o Brasil corre o risco de perder mercado internacional.

Ele explicou que a Genesis, com sede em Londrina (PR) –que tem como sócio majoritário o fundo de private equity britânico Actis–, está mais focada em grãos, tendo classificado mais de 50 milhões de toneladas no Brasil no ano passado, ou mais de 20 por cento da safra nacional. Enquanto isso, a catarinense PariPassu é líder em rastreabilidade de frutas, legumes e verduras no país.

“De fato, é uma fusão, os sócios da PariPassu passam a ser sócios da Genesis, por meio de troca de ações, para manter os interesses alinhados”, disse o conselheiro, acrescentando que uma parcela menor do acordo envolveu dinheiro, em montante não revelado.

Segundo ele, as duas empresas são complementares, e isso permitirá ao grupo avançar na certificação de novos produtos.

“Um dos objetivos é abrir novas cadeias agrícolas, acreditamos que podemos capturar de forma mais eficiente essa demanda… Olhamos a cadeia da carne, cadeia do café, outras que podemos explorar, tanto no campo quanto na indústria”, disse ele.  Por Roberto Samora Reuters Leia mais em dci 21/02/2018