Na operação, G2D vendeu uma parte de suas ações e o restante foi para o caixa da startup carioca

A fintech Blu, plataforma de antecipação e gestão de recebíveis do pequeno varejo, acaba de fechar uma rodada série “B” de R$ 300 milhões com a gestora americana Warburg Pincus. A transação envolve caixa e uma parte secundária, em que o vendedor é a G2D, holding de investimento em tecnologia da GP Investimentos.

A companhia não abriu o valuation e a fatia da Warburg, mas sabe-se que é minoritária, uma vez que os fundadores Bruno Giannini e Luis Marinho mantêm o controle da Blu. “A Blu é geradora de caixa, não consome muito, e podemos investir esse capital cada vez mais na expansão do time, de novas verticais e novos produtos”, diz Rafael Sobral, diretor financeiro da Blu, estimando que o capital dê fôlego para dois a três anos de crescimento.

Apesar de ser conhecida pela antecipação de fluxo financeiro para comércios de móveis, colchões e óticas, a atuação principal da companhia é na intermediação desse varejista com a indústria fornecedora, usando o fluxo de cartão de crédito das vendas como colalateral para as condições comerciais. “Usando os recebíveis como garantia, o risco de inadimplência diminui e ela aumenta prazo. O que normalmente era de 60 dias vai para 180, 200 dias com o colateral”, diz Sobral. “É mais barato esse modelo do que antecipar, que resulta num desconto de quase 500% do CDI sobre o valor de face.”

No ano passado, o volume de pagamentos intermediado na plataforma da Blu foi de R$ 3,5 bilhões, crescimento de 71% em relação a 2019. São 15 mil clientes de varejo e 2 mil clientes na indústria. A fintech também já começou a atuar em outras soluções financeiras, com sua própria maquininha na atuação de adquirente e conta digital.

A fintech carioca foi fundada em 2013 e seguiu até 2018 sem capital institucional – foi nessa rodada que entraram G2D e a gestora Hindiana. O CFO veio da equipe da GP. Agora, a G2D só vendeu uma parcela de sua posição, e continuará sendo acionista da fintech. A companhia embolsa R$ 54 milhões com a venda das ações e permanece com uma posição equivalente a R$ 156 milhões.

“A Blu cresce muito. Desde que investimos na empresa, o número de clientes ficou quase oito vezes maior e o valuation multiplicou por quatro”, diz Carlos Pessoa, diretor de relações com investidores da G2D.

Com as vendas de participação e atualização de valuation das investidas em novas rodadas, a G2D aumentou em cerca de 50% o valor líquido de seus ativos desde a listagem em bolsa – o IPO foi em maio deste ano. “O investidor pessoa física da bolsa agora está participando desse universo de geração de valor em companhias de alto crescimento”, complementa Pessoa, que tem 6 mil investidores de varejo na base acionária da G2D.

A holding controlada pela GP tem hoje 30 investidas, direta e indiretamente – no exterior, por meio da The Craftory, em Londres, e da Expanding Capital, no Vale do Silício. …  valor econômico Leia mais em clippingdotblog 20/07/2021