Banco Central autorizou a separação do Santander. Vem aí a abertura de capital.

A Getnet, empresa de processamento de cartões do Santander, voltou a ser um negócio independente e está dando os primeiros passos para uma abertura de capital no Brasil e nos Estados Unidos.

O Banco Central autorizou a cisão do Santander nesta quarta-feira, 14.

O Santander adquiriu o controle da empresa em 2014, pagando R$ 1,1 bilhão para o dono do negócio, o empresário gaúcho Ernesto Corrêa, que pagou a fundação da companhia no começo dos anos 2000 em Campo Bom, na região metropolitana de Porto Alegre.

Em 2019, o Santander pagou outro R$ 1,43 bilhão pelos 11,5% que estavam na mão de fundos e de um dos investidores iniciais.

Nos últimos anos, a Getnet saltou de uma participação de 3% para 15% no mercado de processamento de cartões, se tornando um concorrente viável para as grandes Cielo e Rede.

A Getnet encerrou o primeiro trimestre com 875 mil clientes e no período movimentou R$ 87 bilhões, 47% de expansão em relação aos primeiros três meses do ano passado.

A empresa também aumentou no mundo digital: sua participação da adquirente no comércio eletrônico saltou de 14% para 25%. Hoje, cerca de 30 mil lojas digitais usam soluções de pagamentos da Getnet,

Getnet foi comprada pelo Santander em 2014. Foto: Divulgação.

A Getnet tem também uma plataforma de comércio eletrônico, desenvolvida em 2018 sob medida para a companhia pela Minestore, uma companhia de Curitiba especializada no assunto.

Em abril, a Getnet comprou a Eyemobile, catarinense focada no desenvolvimento de soluções de gestão para as vendas de pequenos e médios negócios, que também atua em eventos.

A empresa já atuou para o Bob’s no Rock in Rio, na automação das vendas nas Olimpíadas Rio 2016, de espetáculos do Cirque du Soleil, shows, comic cons, carnavais, além de atender clientes como Dengo Chocolates, Los Paleteros, Melt, Ice Cream Roll.

No total, foram mais de 65 mil diferentes operações executadas, R$ 4 bilhões transacionados e mais de 40 milhões de consumidores atendidos.

Quanto a Getnet vale hoje, com a nova participação de mercado e o negócio emergente no digital, é uma incógnita.

O Neofeed revelou que um levantamento do Morgan Stanley sobre a Getnet feito no final do ano passado indica valores que vão desde R$ 4 bilhões, se a Cielo for tomada como referência, a R$ 138 bilhões, se o parâmetro PagSeguro e Stone.

A diferença é que a Cielo tem um negócio de processamento de cartões mais clássico, enquanto a PagSeguro e Stone são mais digitalizados, e, no caso da Stone, contam agora com uma operação de software de gestão depois da aquisição da Linx… Leia mais em baguete 15/07/2021