Comprar — incorporar — a companhia de fidelidade Smiles era questão vital para a Gol. Na semana passada, a união dos negócios foi aprovada após o preço de aquisição ser elevado de R$ 2,76 bilhões para R$ 3,35 bilhões.

Agora, a questão que fica para a companhia aérea, após a gestão da pandemia, é como voltar a crescer. Passados 14 anos desde a compra da Varig, origem da Smiles, o grupo tem apenas 20 aviões a mais, embora em sua atual malha aérea caiba outras 50 aeronaves. Os entraves existentes dentro do grupo serão finalmente eliminados até o fim deste ano.


Gol adquire Smile

Embora a crise com o novo coronavírus tenha tornado a transação mais urgente, a separação das empresas era compreendida como um muro ao crescimentodesde 2017, quando foi realizado um amplo diagnóstico dos desafios do grupo. Era um problema menor enquanto outras companhias do setor adotavam o mesmo modelo, mas tornou-se essencial depois que a concorrente direta Latam incorporou a Multiplus em 2018. Reintegrar a Smiles, portanto, passou a ser visto como essencial para colocar a empresa de volta à rota do crescimento.

Um olhar de retrospectiva da Gol aponta que a companhia não dá grandes saltos desde 2007, após a aquisição da Varig, quando terminou o ano com 106 aeronaves, frente as 65 do ano anterior. Dali até 2015, o negócio cresceu e chegou a um total de 144 aviões. Mas, percebeu-se então, que a expansão estava sendo feita sem o retorno associado e o negócio teve de encolher, reduzindo para 119 aviões em 2017. Idas e vindas, uma década e a empresa parada. A recessão do governo de Dilma Rousseff pesou na conta.

Ao fim de 2019, após um ambicioso plano de renovação e expansão de frota anunciado no ano anterior, a Gol estava com 137 unidades em operação e importantes encomendas para o MAX-737 da Boeing. A crise (agora superada) que levou ao atraso na aprovação do modelo — que implica em aumento de quantidade assentos e reduz uso de combustível — e a pandemia colocaram a frota da companhia hoje em 127 unidades.

Junto com a Smiles, estava no plano resolver a crise financeira da companhia, com uma reorganização das dívidas, que ao fim de 2015 e 2016 alcançaram níveis e condições insustentáveis, fruto do crescimento desordenado, somado à crise econômica do país. Esse passo, embora já equacionado estruturalmente, também tem seus movimentos finais ligados à empresa de fidelidade, que foi segregada e listada na B3, em 2013. A Gol vai finalmente conseguir dar um adeus à dívida com a Delta. Agora, as companhias voltarão a ser uma só. A combinação deve ser concluída no segundo semestre deste ano… Fonte exame. leia mais em indicesbovespa 30/03/2021