No início da última década empresas que tinham práticas em governança corporativa estavam apenas começando a focar nessa questão. Hoje já é possível encontrar muitas empresas preocupadas com isso e algumas podem ser consideradas exemplos de boas práticas por adotarem valores como: justiça, transparência, prestação de contas, conformidade e ética.

Um case de sucesso que pode ser citado como exemplo é o Grupo Algar, que conseguiu equilibrar um controle familiar com uma gestão profissional. As práticas da empresa, inclusive, foram premiadas em 2009 pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).

Eleusa Garcia Melgaço, que dirige a ABC Turismo, uma das empresas do grupo, destaca que o essencial das práticas de governança é provocar o alinhamento dos relacionamentos. Com isso, é possível equilibrar processos importantes como sucessão, planejamento estratégico e gestão de risco.

No histórico de governança do Grupo Algar (empresa familiar) houve a contratação de um CEO externo para buscar esse equilíbrio. Um bom exemplo a ser adotado nessse tipo de empresa.

O primeiro passo de uma boa governança é definir valores, visão e modelo de gestão. A base de tudo é o comprometimento com cada um desses pontos. A governança corporativa exige clareza dos objetivos e disciplina. Esse processo tem de ser contínuo para alavancar o desenvolvolvimento desse conjunto de objetivos.

Em um empresa familiar é preciso ceder individualmente para se ganhar no todo. O papel da governança é fazer com que a empresa adquira o “espírito do dono”, e que este espírito esteja em qualquer pessoa à frente dos negócios.

Na Algar foi possível criar um processo de gestão com fóruns de discussão para que as regras sejam entendidas por todos. São mecanismos que ajudam a evitar o centrismo, comum em empresas familiares. Especialistas de fora da família são facilitadores, que ouvem a todos e desenham uma solução.

A principal dificuldade está mesmo em alinhar interesses e objetivos. Isso só se consegue com diálogo e boa vontade de todos. E não há modelo, curso ou manual que substitua uma boa conversa. Eleusa Garcia Melgaço participou de palestra realizada durante a ExpoManagement 2011
Fonte:hsm28/11/2011