Na busca de reduzir o rombo das contas públicas no próximo ano, a equipe do ministro Henrique Meirelles ( Fazenda) calcula que o futuro programa de privatizações e concessões do governoTemer irá render entre R$20 bilhões e R$ 30 bilhões ao caixa do Tesouro Nacional em 2017.

A equipe econômica definiu como objetivo fechar o próximo ano com um deficit primário menor do que o de 2016, que pode ficar em até R$ 170,5 bilhões. E que, em 2018, ele seja ainda mais baixo do que o de 2017.

A dúvida dentro do governo Temer é de quanto poderá ser o rombo nas contas da União no ano que vem. Sem novas medidas de geração e de aumento de receitas, a equipe de Meirelles afirma que há risco de a União repetir o deficit deste ano.

Segundo um assessor presidencial, o programa de concessões e privatizações terá de gerara“entrada efetiva de dinheiro no caixa do Tesouro” da ordem de R$ 20bilhões e R$ 30 bilhões para ajudar na redução do buraco no Orçamento do governo federal.

A equipe de Temer ainda está montando a lista do que pode ser privatizado e concedido ao setor privado, mas já conta com a venda da Caixa Seguridade, IRB, participações da Infraero em aeroportos e concessões de rodovias, portos e aeroportos.

levantamento Na semana passada, durante reunião com sua equipe, o presidente interino orientou seus ministros a levantarem em suas áreas “tudo o que puder ser privatizado e concedido ao setor privado” com dois objetivos.

Primeiro, arrecadar recursos para reduzir o deficit público e contribuir para a queda da dívida pública (a dívida bruta subiu de 66,5%para68,6% do PIB nos cinco primeiros meses deste ano), sinalizando ao mercado que sua trajetória será sustentável no médio e longo prazos.

Segundo, entregar à iniciativa privada empresas hoje mal administradas pela União para ajudar na recuperação do crescimento da economia brasileira.

O Palácio do Planalto já decidiu, porém, que não colocará nada à venda antes do julgamento final do impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff. Só depois, caso se confirme a efetivação de Temer, o governo daria o sinal verde nesta área.

RomBo em2017 Dentro da área técnica, alguns cenários apontam um deficit primário em 2017 entre R$ 135 bilhões eR$150 bilhões, mas sempre contando com a adoção de medidas para melhorar as receitas.
O número final do deficit primário, que na prática significa que o governo não terá condições de economizar para pagar juros da dívida, será fechado na próxima semana.

A equipe econômica tem de enviar sua previsão de meta fiscal ao Congresso, para ser incluída no projeto da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) que o presidente do Senado, Renan Calheiros, quer votar antes do recesso doLegislativo, ao final da primeira quinzena de julho.

Segundo assessores da área econômica, além do programa de venda de ativos e concessões, o Ministério da Fazenda trabalha também na elaboração de medidas para melhorar a receita apartir de ajustes em tributos e despesas como auxílio-doença.

Em2016, o governo federal vai registrar seu terceiro ano consecutivo de deficit primário.
Como já é certa a repetição de rombo nas contas públicas no próximo ano, será o quarto seguido, com alto risco de aUnião chegar à marca de cinco deficit consecutivos em2018 —analistas consultados pelo Banco Central estimam um novo superavit apenas em 2019.- Folha de S.Paulo Leia mais em portal.newsnet 04/07/2016