Apesar da iniciativa de lançar uma oferta combinando serviços da Claro, da Embratel e da Net, a integração societária dessas companhias ainda está em estudo e deve levar alguns meses.

As três companhias têm como acionista a América Móvil, que por sua vez é controlada pelo bilionário mexicano Carlos Slim. Hoje, as operadoras anunciaram uma parceria comercial para oferecer um pacote de serviços e revelaram que estão implementando unificando suas plataformas tecnológicas. Num evento à imprensa, executivos das empresas sinalizaram que o processo está em curso, mas disseram que o tema cabe aos acionistas.

O presidente da Embratel, José Formoso, afirmou que a operadora planeja apresentar à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), nos próximos dias, o pedido de anuência prévia para assumir o controle da Net.

“(A integração societária) é um assunto novo e está em processo”, disse o executivo. Porém, a transferência do controle da Net ainda depende do trâmite na Anatel e Formoso evitou estipular um prazo para que isso aconteça.

A Embratel detém, atualmente, 49% das ações ordinárias da Net e tem a opção de compra do controle, que hoje pertence às Organizações Globo. A mudança será possível por conta da aprovação, em agosto, do projeto de lei 116, que estabelece novas regras para o setor de TV por assinatura. Nesse processo, a Globo permanecerá como acionista da Net, mas a posição majoritária será dos mexicanos.

Embora tenham sinalizado que uma integração societária está a caminho, os executivos da Net, da Claro e da Embratel evitaram dar detalhes sobre o processo na apresentação que fizeram hoje à imprensa para lançar um pacote multisserviços em parceria.

“Essa é uma parceria comercial. As três são empresas altamente focadas em seus segmentos e, portanto, complementares. Quanto a uma eventual fusão, fica para o futuro”, afirmou o presidente da Net, José Félix. “Quando chegar a hora correta, os acionistas deverão pensar no assunto. Mas isso é com os acionistas.”

Segundo o presidente da Embratel, não está definido se as três companhias vão se juntar em um único CNPJ. “Não é o único modelo possível”, observou. Por Talita Moreira
Fonte:Valor06/10/2011