Os aportes dos fundos de Private Equity e Venture Capital em empresas brasileiras alcançaram R$ 53,8 bilhões em 2021, número 128% maior que os R$ 23,6 bilhões investidos em 2020. Os dados são de pesquisa realizada pela KPMG e a Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP).

O crescimento foi impulsionado pelos investimentos de Venture Capital (VC) em startups brasileiras, que atingiram a marca histórica de R$ 46,5 bilhões em 2021. Este é o quarto ano consecutivo em que a cifra bate recorde. O volume do ano passado foi 219% superior ao registrado em 2020, quando somou R$ 14,6 bilhões.

As empresas de tecnologia ligadas aos setores financeiro e de seguros (FinTechs e Insurtechs) receberam 28% dos investimentos realizados no último trimestre do ano passado. Já as Retailtechs, startups do setor de varejo, receberam 20% dos investimentos dos fundos de venture capital no mesmo período, e as Healthtechs, do setor de saúde, 8%.

“Os números mostram que seguimos impulsionando o empreendedorismo brasileiro. O Venture Capital tem se destacado diante de uma enorme onda de inovação iniciada pela geração mais empreendedora da nossa história. As “techs” vieram para ficar, trazendo soluções digitais nos mais diversos mercados e vão continuar atraindo grandes volumes de investimentos”, diz Piero Minardi, presidente da ABVCAP.

Em 2021, os investimentos dos fundos de Private Equity (PE) caíram 19% para R$ 7,3 bilhões. A queda reflete a desaceleração econômica do país, uma vez que os fundos de PE tipicamente investem em empresas maiores e com desempenho mais atrelado à saúde da economia.

“Os fundos e gestores de Private Equity e Venture capital têm sido motores relevantes – talvez os maiores protagonistas – dos investimentos e do desenvolvimento das empresas no Brasil. O volume menor dos Private Equities pode estar refletindo uma sensibilidade maior à necessidade de reformas estruturais ainda pendentes e incertezas da pandemia ou do futuro econômico. Ainda assim, percebemos muita movimentação recente e uma tendência para novos investimentos, especialmente ligados a empresas ou ativos atentos às práticas de ESG. Merece muito destaque e comemoração a performance dos fundos de Venture Capital que cresceu de maneira exponencial, mesmo com atuação mais recente no Brasil, alavancando muitos negócios de diversos setores e avançando inclusive sobre empresas com maior porte e maturidade”, afirma Roberto Haddad, sócio-líder de Private Equity e Venture Capital da KPMG no Brasil.

No quarto trimestre de 2021, a indústria de Venture Capital investiu R$ 13 bilhões em startups brasileiras, um aumento de 261% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Já os desembolsos dos fundos de Private Equity (PE) tiveram ligeira queda no período, passando de R$ 2,9 bilhões para R$ 2,8 bilhões…Saiba mais em Startupi 21/01/2022