Investimentos em alta na TI bancária
O setor bancário brasileiro investiu R$ 22 bilhões em Tecnologia da Informação e Comunicação em 2010, número que representa alta de 15% em comparação com 2009.
Segundo os dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o ano apresentou um crescimento relevante em gastos e investimentos, principalmente em software de terceiros R$ 3,990 bilhões e In House (desenvolvido internamente) com investimentos de R$ 2,892 bilhões . A tendência é de crescimento de 15% desses números para 2012, justamente pelo momento de transformação diante da presença das multiplataformas, bancarização, novas aplicações e serviços.
Mesmo diante da crise econômica mundial, o segmento de finanças no País não parou de investir em tecnologia, diferente de outras indústrias. “Eu diria que as instituições financeiras seguem independente de outras áreas em termos de crescimento e investimento até porque a demanda dos bancos está bastante movimentada”, afirma Mauro Peres, presidente da IDC no Brasil. “Pesquisas mostram que quase 20% de todo o gasto local de TI vêm desse setor. O cenário também é de complexidade devido às transformações, o que exige investimento rápido e alta disponibilidade”, completa o executivo.
O budget de investimento no banco Itaú, por exemplo, é destinados para novas tecnologias, produtos, serviços e formação profissional. “O mercado brasileiro está aquecido, mas a capacitação tecnológica ainda está baixa diante das demandas. Temos uma obrigação (instituições públicas e privadas) de criar mecanismos de apoio às universidades com visão de TI e de negócio. Só assim teremos profissionais capazes de navegar nesse novo oceano de aplicações”, afirma Luiz Antonio Rodrigues, CIO do Itaú, diretor setorial de Tecnologia da Febraban e presidente do CNAB.
Essa visão de melhorar a capacitação de profissionais brasileiros é compartilhada por Douglas Tevis, diretor de Pesquisas e Inovações Tecnológicas do banco Bradesco. Segundo o executivo, dos 3 mil funcionários de TI da instituição, 50% têm formação superior e 150 estão se formando em MBA e em cursos no exterior. “Nossa prioridade é qualificar esses profissionais para atingirmos a meta de crescimento de 7% ao ano”, acrescenta Tevis.
Mesmo com essa dinâmica de atuação que cria maiores oportunidades de crescimento para o setor, a complexidade também ganha grandes dimensões. Com isso, Gustavo Roxo, vice-presidente da Booz&Company, acredita que o segmento financeiro do Brasil pode avançar mais em termos de investimento tecnológico. “Se considerarmos a inflação anual, dissídio da categoria bancária e valor do dólar, teremos que trabalhar com maiores orçamentos”, diz.
O fato é que essas transformações impactam o negócio. São diversos desafios de competitividade e entrega de valor à instituição, além do atendimento à demanda dos consumidores. Altas complexidades nas quais os CIOs do setor bancário precisam lidar diariamente. “A TI é tida como guardiã de negócios diante das mudanças. É preciso ter em mento o quanto se gasta para inovar e para manter o business funcionando. Outro ponto importante é deixar as ferramentas tecnológicas disponíveis não só para os clientes, mas também para o usuário”, finaliza Rafael Dan Schur, sócio de Serviços Financeiros da Ernst % Young Terco. Por Léia Machado
Fonte:decisionreport03/11/2011