A fabricante japonesa de semicondutores JSR, sediada em Tóquio, aceitou um acordo de venda para o governo do Japão avaliado em US$ 6,4 bilhões.

A oferta de compra vem do JIC, um fundo supervisionado pelo Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão (METI). Segundo o jornal Financial Times, a escolha da JIC pela JSR tem motivações predominantemente geopolíticas.

Eric Johnson, CEO norte-americano da JSR, disse ao jornal inglês que o acordo não é, de fato, uma nacionalização. Apesar do capital da JIC ser proveniente do governo, há uma distinção clara. “A missão da JIC é apoiar a aceleração da competitividade, e a competitividade global da indústria japonesa”, disse Johnson. “Mas isso não é propriedade governamental.”

Investidores da JSR e analistas estão questionando a motivação do acordo, dada a repentina execução do negócio e a total inexperiência da JIC em aquisições dessa magnitude. Alguns veem esse movimento como um marco nos esforços do governo japonês para direcionar o setor privado a tomar medidas que priorizem a estratégia nacional acima da lógica financeira.

Estatização? JSR de microchips é vendida a fundo do governo do Japão

A JSR possui uma participação de mercado global de 30% em fotoresistores, produtos químicos especializados usados ​​no processo de impressão de circuitos em wafers de chips. Seus clientes incluem os maiores fabricantes de chips do mundo, como Samsung, TSMC e Intel.

Embora a JSR tenha insistido que a abordagem inicial partiu deles para a JIC, pessoas próximas ao METI revelaram ao Financial Times que a intenção de compra se intensificaram nos últimos meses à medida que a tensão comercial entre os EUA e a China se acirrou.

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