A KPTL e a Bossa Nova, duas gestoras de venture capital brasileiras, se uniram para captar R$ 150 milhões em um pedido de oferta pública (IPO, na sigla em inglês) na B3, bolsa de valores brasileira.

Segundo o site NeoFeed, o pedido foi protocolado ainda em dezembro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), tendo o banco Modal como o coordenador-líder da oferta.

Desde então, as duas gestoras já teriam realizado dezenas de reuniões com investidores para convencê-los de sua tese: investir em até 45 startups no estágio seed, com busca inicialmente feita pela Bossa Nova.

Batizado de Bossanova KPTL Fundo de Investimento em Participações Capital Semente, o novo fundo vai procurar startups que tenham até R$ 16 milhões de receita operacional bruta e um valor de mercado de até R$ 60 milhões.

Nenhuma investida pode representar mais de 10% do capital comprometido e, no máximo, 20% do investimento em uma startup será no secundário, indo parar nas mãos dos fundadores. A ideia é fazer rodadas que variam de R$ 2 milhões a R$ 4 milhões nessas empresas.

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KPTL e Bossa Nova fazem IPO
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O fundo tem prazo de 10 anos, sendo que os cinco primeiros são para os investimentos. Depois disso, o objetivo é buscar saídas para as startups do portfólio.

Estão participando da oferta Genial Investimentos, Mirae Asset, ModalMais, Necton, Nova Futura, Planner, Vitreo e Órama.

Procuradas pelo NeoFeed, as gestoras KPTL e Bossa Nova alegaram que estão em período de silêncio e não podem fazer comentários sobre a captação.

Essa é a primeira oferta pública de um fundo de venture capital no Brasil, seguindo a instrução 400 da CVM. Quando vão captar no Brasil, os fundos de venture capital, em geral, seguem a instrução 476, que não envolve processos como a análise pela CVM e a divulgação de prospecto.

Em contrapartida, a oferta é restrita aos investidores profissionais e a um número de 75 participantes, dos quais apenas 50 podem concluir o investimento.

Na avaliação da publicação, ao optar pela mesma regra da maioria de empresas que fazem IPO, KPTL e Bossa Nova vão por um caminho mais longo, que exige muito mais documentação, mas que permite que um número maior de pessoas possam participar da oferta.

A Bossanova foi criada em 2015 por meio da união do portfólio dos investidores anjos João Kepler e Pierre Schurmann. Em 2017, o Grupo BMG entrou na sociedade. Dois anos depois, foi a vez do empresário Thiago Oliveira.

Em 2021, Thiago Nigro tornou-se sócio através do Grupo Primo e Janguiê Diniz, fundador do grupo Ser Educacional, adquiriu 25% da gestora.

No seu portfólio, constam mais de 550 startups, como RankMyApp, Smarthint, Kinvo, Hand Talk e Hallo, além de exits como dLieve, Agenda Edu, Melhor Envio e Pedala.

Já a KPTL nasceu da união da A5 com a Inseed, em 2019, e conta com R$ 1,2 bilhão de ativos sob gestão. São mais de 60 startups em seu portfólio, entre elas Agrotools, Blu365 e Magnamed. Leia mais em Baguete 14/02/2022