O grupo de telecomunicações Liberty Latin America (LLA) decidiu suspender todos os planos de fusões e aquisições da subsidiária C&W Networks, enquanto avança com a integração de suas operações, recentemente fundidas, no Chile e no Panamá.

“Concluímos nossa revisão estratégica das operações da C&W Networks e da América Latina. Devido às condições de mercado, suspendemos qualquer atividade inorgânica. Em vez disso, estamos focados em investir e crescer este negócio organicamente nós mesmos”, disse o CEO Balan Nair aos investidores em uma teleconferência de resultados do terceiro trimestre.

A C&W Networks é a unidade atacadista de serviços de telecomunicações que oferece banda larga e capacidade de IP para operadoras de telecomunicações globais, regionais e locais, empresas de TV a cabo, provedores de serviços de Internet e integradores de rede. Também opera uma rede de fibra multi-anéis submarina de 50 mil quilômetros em todo o Caribe, América Central e região andina, juntamente com 17 mil quilômetros de redes terrestres.

Segundo Nair, a LLA agora será muito mais cautelosa com as decisões de M&A após uma série de aquisições recentes.

“É difícil contemplar qualquer M&A com melhores retornos ajustados ao risco do que a atual oportunidade de recomprar nossos próprios títulos. Continuaremos a avaliar as compensações de risco e recompensa para quaisquer investimentos da mesma maneira, tendo em mente os retornos dos acionistas, considerações de diluição e nosso perfil de liquidez de acordo”, disse ele.

CHILE E PANAMÁ

A LLA há muito é vista como a “compradora por excelência” entre as principais empresas de telecomunicações da América Latina, devido à sua estratégia agressiva de aquisições, mas agora chegou a hora de focar nas integrações complexas e demoradas de transações recentes.

Em outubro, a LLA fechou acordo com a Claro Chile para criar uma joint venture 50:50. O conselho terá oito membros, quatro de cada empresa, com rodízio na presidência.

Ainda sem marca, a joint venture será comandada na primeira fase pelo CEO Alfredo Parot, que veio da rival local Entel para a Claro Chile.

Apesar de o Chile ser a operação mais desafiadora e competitiva para a LLA, a empresa está otimista com os ganhos que pode obter com a joint venture.

“Agora temos uma nova equipe de gerenciamento que está trabalhando para oferecer sinergias significativas. Estamos otimistas com o futuro do Chile”, afirmou Nair. “Nossa união dará início à consolidação e racionalização desse mercado.”

A LLA também está há alguns meses na integração da unidade Claro Panamá, filial da América Móvil, e esta aquisição deve transformá-la no segundo maior player no mercado panamenho, onde anteriormente era o número quatro.

O acordo com a América Móvil Panamá foi anunciado em setembro de 2021 por US$ 200 milhões e a LLA obteve todas as autorizações para concluir a transação em junho.

Com a aquisição, a LLA espera fortalecer sua posição no mercado de telefonia móvel e concorrer com a Millicom como operadora de telefonia fixa e móvel de serviço completo.

“Temos feito um bom progresso, começando com a integração de back-office este ano, antes de passar para a combinação de nossas marcas e lojas no próximo ano e a conclusão de todos os processos esperados para 2024”, explicou Nair.

A empresa espera mais de US$ 150 milhões em sinergias de taxa de execução das recentes aquisições a partir de 2024, excluindo o Chile, segundo ele.

IMPACTO DO FURACÃO

A LLA teve suas operações porto-riquenhas afetadas pelo furacão Fiona em setembro, com interrupções nos negócios de varejo e falta de energia que terão um impacto no fluxo de caixa de cerca de US$ 20 milhões este ano.

O CFO Christopher Noyes disse que o terceiro trimestre foi “modestamente mais desafiador” do que a empresa esperava no início de agosto, em grande parte por causa do impacto de Fiona.

“Em particular, por meio de danos à rede elétrica da ilha, e não à nossa infraestrutura.”

Em Porto Rico, Nair disse que a LLA continua no caminho certo para concluir a migração dos clientes e serviços da AT&T para suas plataformas até o final do próximo ano – três anos após o acordo.

Em novembro de 2020, a AT&T vendeu por US$ 1,95 bilhão suas operações em Porto Rico e nas Ilhas Virgens Americanas para a Liberty Latina.

A Liberty Puerto Rico é a quarta maior operação B2B da LLA, contribuindo com 14% da receita do terceiro trimestre. Isto é predominantemente composto pelas operações da AT&T que a empresa adquiriu, de acordo com Nair.

ATUAÇÃO

A LLA registrou receitas de US$ 1,22 bilhão no terceiro trimestre, um aumento de 2% em relação ao ano anterior, com a ajuda dos novos ativos no Panamá e na Costa Rica, que compensaram os impactos cambiais negativos e os custos de integração.

A empresa encerrou setembro com 8,37 milhões de assinantes móveis, alta de 15% em relação ao ano anterior devido à aquisição da Claro Panamá, enquanto a base de assinantes fixos permaneceu estável, com 6,42 milhões… saiba mais em bnamericas 11/11/2022