Minerva assina com Joey Foods a primeira joint-venture de carne brasileira na China
Minerva tera 51% do capital e Joey, 49%, da nova emrpesa, cujo nome ainda não foi definido
O grupo Minerva Foods assina nesta sexta-feira com a Joey Foods a formalização da primeira joint-venture entre uma empresa brasileira e uma chinesa do setor de carnes. Na nova empresa, que ainda não tem nome, a Minerva terá 51% do capital e a Joey, 49%. O investimento total é de U$ 15 milhões. A joint-venture fará a importação e distribuição da carne na China.
– O mercado de carne bovina ganhou mais espaço na China por causa da melhora na distribuição de renda da população e a febre suína catalizou uma tendência de mercado – disse o CEO da Minerva Foods, Fernando Queiroz, que está em Pequim para o ato.
Pelo contrato a ser firmado, a joint-venture terá preferência nas vendas da Minerva para a China continental. De suas plantas industriais no Brasil, Uruguai e Argentina, a Minerva exporta, atualmente, U$ 800 milhões anuais para a China em carne bovina. Desde 2000, seu consumo cresceu 72% no país.
Estimativas oficiais dão conta de que 28% do rebanho de porcos foi dizimado pela peste. Os cálculos do mercado são superiores. O Rabobank, por exemplo, estima que a China perdeu 43% do seu rebanho.
A guerra comercial com os Estados Unidos, exportador de porcos para a China, seria um terceiro fator a estimular o mercado. A tensão arrefeceu mas teria sido suficiente, na avaliação da Minerva, para levar o país a buscar a diversificação do seu consumo de carnes. Numa visita presidencial a ser marcada pela escassa formalização de acordos, o contrato será um dos poucos a ser concretizado.
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, a primeira da comitiva a chegar a Pequim, tenta formalizar com autoridades chinesas o aval a sementes de soja tecnologicamente aprimoradas, mas enfrenta resistências. Uma aprovação do gênero, que costumava durar oito meses, hoje pode levar até três anos.
A demora, em grande parte, decorre de problemas havidos com outros produtos geneticamente modificados. Fontes do governo brasileiro também atribuem a extensão do prazo à resistência chinesa a ceder à pressão das grandes multinacionais que dominam o setor.
O esforço da ministra é o de convencê-los de que são os agricultores brasileiros, que permanecem com sua soja estocada, os maiores prejudicados pela demora.
No lobby do Hotel St. Regis, onde está hospedada a maior parte da comitiva presidencial, há um permanente vaivém de representantes de frigoríficos brasileiros que aguardam a liberação das autoridades chinesas, a ser intermediada pela ministra da Agricultura, para poderem exportar para o país.
O Brasil tem se valido do apoio à pretensão chinesa na FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), posição que enfrentou uma resistência inicial do Itamaraty, para abrir mais mercado para o agronegócio brasileiro no mercado chinês… Leia mais em epocanegocios 24/10/2019