Quando uma startup é bem sucedida, não surpreende quando é adquirida por uma empresa gigante. O Facebook comprou o WhatsApp; Amazon comprou o Zappos; Microsoft comprou a LinkedIn; a lista não acaba por aqui.

Esse padrão de aquisições tem impulsionado um debate sobre o fato de tais manobras deverem ou não ser regulamentadas de forma mais restrita. Afinal, embora o resultado dessas aquisições possa ser maior eficiência, o que leva a produção em maior escala a um custo mais baixo, tais aquisições também podem enfraquecer a concorrência, aumentando assim os preços.

No entanto, um estudo recente sugere que os formuladores de políticas também podem precisar levar em conta outra possível desvantagem das aquisições: o efeito sobre a inovação. Especificamente, as aquisições desencorajam as startups de tomar novos rumos?

Niko Matouschek, professor de estratégia na Kellogg, e um colega investigaram como a perspectiva de uma startup ser comprada posteriormente por uma grande empresa influencia os produtos que ela desenvolve.

Um modelo desenvolvido sugere que, quando não há a possibilidade de aquisição, as novas empresas geralmente são mais ousadas em sua inovação do que as empresas mais antigas e estabelecidas. Porém, a possibilidade de ser adquirida no futuro pode levá-las a serem mais conservadoras e a criar produtos bastante semelhantes aos já existentes. Isso se deve ao fato de produtos semelhantes poderem representar maior ameaça competitiva para uma grande empresa, elevando assim o preço de aquisição.

Nas startups o desejo de ser adquirida

A lógica da nova empresa é “Eu quero me tornar um incômodo para você, assim você estará mais disposto a me pagar muito”, diz Matouschek.

Tudo isso acrescenta um novo ângulo ao debate sobre a política antitruste.

“Ter uma política antitruste mais ou menos flexível, ser mais ou menos propenso a desafiar fusões, você também pode estar afetando o tipo de produtos que as empresas desenvolvem”, diz Matouschek. Permitir às grandes empresas devorar as pequenas indiscriminadamente pode levar a “inovações mais convencionais, menos radicais e menos inovadoras”…. leia mais em Exame 31/08/2022