Federico Vega, fundador do novo unicórnio brasileiro, quer fazer da Frete.com o Mercado Livre do transporte rodoviário no Brasil. Isso significa que, além de conectar transportadoras e caminhoneiros, serviço semelhante à empresa de transporte Uber, ele também oferece serviços financeiros e auxílio para digitalização dos clientes.

Sob o guarda-chuva da holding estão as startups do setor de transporte de cargas FreteBras, CargoX e FretePago, criadas em 2008, 2016 e 2021, respectivamente. Os investimentos que a levaram a esse patamar somam US$ 200 milhões (R$ 1,14 bilhão) e foram liderados por gestores como Softbank e Tencent, que também fizeram a sua precificação.

A ideia da empresa começou na Patagônia argentina, onde Vega nasceu. Andando de bicicleta, encontrava caminhoneiros e percebia os problemas do setor.

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A IDEIA

“Hoje, o caminhoneiro fica rodando e procurando cargas. Entre 45% e 65% do tempo, ele fica vazio. A gente tem que trazer eficiência para o mercado ajudando a transportadora, que tem a carga, a encontrar caminhões online. Reduzindo a quantidade de tempo ocioso do caminhoneiro, ele ganha mais e o transportador economiza no custo.”

EXPANSÃO

“Uma vez que conectamos as duas partes, pensamos: o mercado tem outros problemas. O caminhoneiro corre risco de um calote, a transportadora corre o risco de roubo de carga. Precisamos trazer segurança, e fazemos isso intermediando os pagamentos dentro da plataforma e oferecendo capital de giro para o caminhoneiro. Como se fosse o Mercado Livre.

O Mercado Livre começou conectando vendedores e compradores. Nós conectamos transportadores que tem cargas com caminhoneiros pela FreteBras. Depois disso, pensamos: temos que oferecer intermediação financeira e capital de giro, e assim criamos a FretePago, uma fintech que ajuda a mediar as transações. Depois criamos a CargoX, que ajuda as transportadoras a entrar no mundo digital.

DIGITALIZAÇÃO

“Trabalhamos em um mercado muito fragmentado. As transportadoras têm um processo muito manual para emitir documentação, monitorar o caminhão. Com a CargoX, ajudamos a digitalizar a operação, emitir documentação, monitorar o caminhoneiro.”

PATAGÔNIA

“Eu nasci na Patagônia argentina. Quando eu tinha nove anos, já fazia viagens com uma associação de mountain bike pela região. Quando pedíamos água pela estrada, eram os caminhoneiros que paravam. Assim eu comecei a entrar no mundo de caminhões.

Quando comecei a estudar um pouco mais, e depois de ter feito várias viagens de bicicleta já adulto, comecei a interagir muito com esse mundo.

Em todo posto de caminhoneiro a que eu chegava, algum caminhoneiro me falava: aquela transportadora é ruim porque paga pouco pelo frete. E as transportadoras também falavam: olha, o caminhoneiro é muito caro e, quando pega a carga, me rouba.

Temos um mundo que está defasado, porque as cargas e os caminhões estão offline. Comecei na Argentina e vi que o terceiro maior mercado de caminhões é o Brasil e, além disso, está no centro da América Latina. Percebi que ia começar a acontecer o que ocorre hoje: os caminhões começam a entregar cargas na Argentina, e empresas de transporte de lá querem contratar os caminhões brasileiros para fazer a viagem de retorno.”

CORONAVÍRUS

“A pandemia fez no mundo de caminhões o mesmo que fez com ecommerce e entrega de comida. Numa pandemia você não pode mais ir ao posto fisicamente [para encontrar clientes], e o caminhoneiro e a transportadora precisavam de um lugar onde se encontrar no mundo virtual. Por isso começamos a crescer muito rápido. A gente hoje está com 1.300 colaboradores e vamos contratar 3.500 até o final de 2022.”…Leia mais em MSN 02/12/2021