Ao menos duas companhias cogitadas pelo mercado para disputar a Braskem afirmaram que não têm interesse na empresa química.

A Dow, uma de suas principais concorrentes, nega que vá fazer propostas.

“Não [estamos olhando para a Braskem]. Agora, estamos nesse processo [de fusão] com a Dupont”, afirma Fabian Gil, presidente da companhia para a América Latina.

Desde setembro, as ações de Dow e Dupont começaram a ser negociadas sob um mesmo nome na Bolsa de Nova York, após um processo que durou mais de dois anos.

“É muito positivo para o país a movimentação externa por ativos brasileiros. Temos recebido outras pessoas e vemos que há uma pesquisa para a compra de empresas menores”, diz Gil.

A Itaúsa, que também era considerada como candidata à compradora, afirmou à coluna que não tem interesse na Braskem.

O posicionamento difere da afirmação feita em setembro por Alfredo Setúbal, presidente-executivo da holding, a analistas. À época, ele disse que a empresa poderia avaliar a participação em um consórcio.

Especula-se que outras empresas, como fundos de investimento e petroleiras, sigam na disputa pelo ativo.

É o caso da Shell e da ExxonMobil, que, procuradas, disseram que não comentariam o assunto.

Passada a fusão com a Dupont, a Dow continuará a focar na área de resinas e materiais, tidas como prioritárias pela empresa antes do processo, afirma Fabian Gil, presidente da companhia para a América Latina.

Antes à frente de todos os negócios na região, ele passa a liderar a unidade que também inclui silicone, poliuretano e tintas.

A companhia não divulga o tamanho do crescimento brasileiro neste ano, mas trata-se de um aumento de um dígito, diz o executivo.

“Temos antecipado uma leve melhora para 2018. [É uma variação] que acompanha muito o PIB”, afirma.

“O [mercado de] plástico, por exemplo, usado nos lares e no consumo, está melhor. Infraestrutura está mais devagar, mas, ao olhar os últimos dois ou três anos, os sinais são positivos.”

Apesar de terem um peso menor no faturamento, são as áreas de silicone, tintas e poliuretanos que receberão aportes no Brasil em 2018, visto que a produção de resinas ocorre apenas na Argentina e no México.

A Dow planeja ampliar a capacidade e modernizar as fábricas desses segmentos, afirma o executivo.

3.500  são os funcionários no Brasil

15  são as fábricas no país

US$ 71 BILHÕES  (R$ 232 bi) é a receita líquida anual estimada da DowDupont –  – MERCADO ABERTO – COLUNISTAS Folha de São Paula Leia mais em mtmais 03/11/2017