Um dos mercados mais atraentes nos últimos anos, o “private equity”, de compra de participações em empresas, viveu um primeiro semestre em compasso de espera no Brasil e no mundo. Por aqui, para além do custo alto do dinheiro, as discussões sobre a meta da inflação, aliadas à retomada mais lenta do crescimento econômico, e as expectativas sobre a reforma tributária, deixaram muitos investidores em “stand-by”. Contribuíram, assim, para a queda do volume de negócios, se comparado ao mesmo período de 2022.

Permanecendo em alta, o custo do dinheiro deverá manter o “private equity” ao largo de empresas com fluxos imprevisíveis de caixa. Por outro lado, o mercado já começa a ter mais clareza quanto a um dos maiores fatores de impacto nessa complexa equação. Após o texto da reforma ter enfim ultrapassado sua primeira fase, a votação na Câmara dos Deputados na sexta-feira, o fim de semana foi de muitas análises e projeções, com impactos sendo esmiuçados indústria a indústria, setor a setor, enquanto o texto segue para a votação no Senado.

Pelo texto aprovado na Câmara, teremos – via regulamentação por leis complementares – a adoção de regime tributário específico para serviços financeiros, bem como para operações com imóveis e planos de saúde, por exemplo.

O garimpo do ‘private equity’ e a reforma
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Vale lembrar que, promulgada a emenda constitucional, o Executivo deverá encaminhar ao Congresso, em um prazo de até 180 dias, o projeto de lei com a reforma da tributação da renda, acompanhado de estimativas e estudos de impactos orçamentários e financeiros.

Teremos um longo caminho até a conclusão efetiva da transição. Mas neste fim de semana, as primeiras análises do texto aprovado na Câmara já apontavam para expressivos aumentos na carga sobre alguns setores, como, por exemplo, o de serviços e o agronegócio com impacto sobre rentabilidade de atividades ou preço relativo de bens e serviços. Todos esses desdobramentos e outros que ainda virão a partir de leis complementares terão de ser levados em conta nas avaliações de oportunidades de investimento.

Em um cenário que só agora começa a ganhar contornos um pouco mais claros, como nunca se faz crucial o uso de todas as ferramentas, inclusive de inteligência artificial, para análises preditivas e prescritivas, dada a complexidade dos fatores endógenos e exógenos. No exterior, a expectativa é de que os juros básicos nos Estados Unidos tenham aumento de 0,25 ponto percentual tanto neste mês quanto em setembro. Importante lembrar que os Estados Unidos são a maior fonte de investimentos estrangeiros no Brasil não apenas em “private equity”, mas também em “venture capital” e “corporate venture capital”.

O garimpo do “private equity”, contudo, continua. Afinal, quem estiver mais bem posicionado, seja para avançar na .. leia mais em Valor Econômico 11/07/2023