A operadora Oi vendeu nesta segunda-feira para a Highline 8 mil torres de telefonia fixa, por R$ 1,697 bilhão. A Highline foi homologada vencedora em um leilão sem concorrentes, pois as duas outras gestoras de torres que se inscreveram não compareceram à audiência pública — American Tower do Brasil e IHS Brasil.

Controlada pelo fundo americano DigitalBridge, de investimento em infraestrutura, a Highline tem 5 mil sites em sua carteira. É nesses locais que ficam as torres de telefonia fixa e móvel, antenas, estações radiobase, dutos para passagem de fibra óptica e outros equipamentos de rede. O DigitalBridge tem mais de U$ 40 bilhões de ativos sob sua gestão

“Superar o leilão junto ao Juízo da Recuperação Judicial foi um passo importante, vamos trabalhar agora nas próximas etapas dessa transação”, acrescentou o diretor-presidente da Highline, Fernando Viotti. Em 2020, a Highline já havia comprado 637 torres e topos de prédios da Oi, por R$ 1,076 bilhão, em outro leilão da tele.

Na atual licitação, os ativos foram reunidos sob a SPE Torres 2 (sociedade de propósito específico), batizada de Lemvig Serviços de Televisão por Assinatura S.A. A Highline ficará com 100% das ações dessa unidade, todas pertencentes à Oi. Além disso, a Oi pagará aluguel pelo uso da infraestrutura.

Oi vende 8 mil torres à Highline

“A venda do lote de torres fixas para a Highline é um dos últimos eventos previstos antes do fim do processo de recuperação judicial da companhia, ao lado da formalização do processo de venda da base de assinantes DTH [TV via satélite]”, disse o diretor-presidente da Oi, Rodrigo Abreu, em nota. “Essa venda permite a injeção de novos recursos na companhia e traz um potencial aporte adicional em 3 anos, com flexibilidade quanto ao uso e obrigações futuras das torres vendidas, em função da evolução da sua necessidade operacional.”

Esses foram também os últimos ativos da Oi para venda dentro do processo de recuperação judicial da companhia, disse ao Valor, Adriana Conrado Zamponi, do Wald Antunes Vita e Blattner Advogados, o administrador do processo judicial.

Só com os leilões de seus principais ativos, a Oi arrecadará R$ 30,8 bilhões. Aí estão os data centers, torres de telefonia fixa e móvel, a Oi Móvel e os assinantes de TV. Há recursos ainda para entrar no caixa da Oi, como de DTH, sob a análise dos reguladores.

A companhia se desfez também de outros bens, como imóveis, mas parte deles está em processo de aprovação ou venda, sendo que o valor não é considerado relevante comparado aos ativos principais. Há imóvel estimado em torno de R$ 80 milhões.. leia mais em Valor Econômico 22/08/2022