Os meios de pagamento eletrônico estão interessados em novas tecnologias para expandir seu mercado, usando, por exemplo, dispositivos móveis para realizar transações financeiras ‘sem contato’.

Trata-se de trazer para o escopo das empresas de cartões de crédito e débito as vendas do comércio que hoje são pagas em moeda, ou seja, transações de menor valor.

Hoje 70% dos pagamentos feitos no comércio brasileiro são em moeda. Entretanto, em termos de volume, as transações eletrônicas chegam a corresponder por mais da metade do faturamento do varejo.

É essa tecnologia que a Gemalto negocia com o setor para implantar no mercado brasileiro ao longo do próximo ano. De acordo com o diretor de marketing da empresa, Ernesto Haikewitsch, ao implantar o sistema, os varejistas ganhariam em agilidade na hora de receber o pagamento; já as instituições financeiras e empresas de cartão de crédito, os adquirentes, como a Cielo e Redecard, e bandeiras como Visa e Mastercard, entre outros, teriam a vantagem de ampliar seu mercado.

O diretor da Gemalto afirma que a empresa tem experiência com este modelo de transação em diversos países, somando mais de 60 contratos de cartões para pagamentos sem contato e outros 10 convênios com operadoras europeias para o uso da tecnologia por meio de celulares. Haikewitsch avalia que as operações deste serviço atenderão, no primeiro momento, as transações financeiras de menor valor e, no futuro, com o avanço da tecnologia “podem integrar também a cadeia de consumo de bens de maior valor”, comenta.

Conforme o superintendente da Abecs, entidade que representa as empresas de cartão de crédito, Fernando Barbosa, as novas tecnologias “agregam benefícios ao setor, além de colaborar para a expansão do mercado. O contactless, em especial, ajudará a levar cada vez mais os meios eletrônicos de pagamento para as transações de baixo valor”.

Ele ressalta, porém, que a estrutura do modelo de negócio adotado pelo mercado de cartões continuará a mesma, independentemente do meio utilizado, seja o cartão plástico, seja o celular, seja qualquer outro dispositivo.

A reportagem procurou, por e-mail, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), para comentar o assunto, mas não obteve resposta até o fechamento deste noticiário.
Fonte:teletime27/10/2011