Inflação e recessão é o binômio que rege atualmente os mercados e o investidor deve estar atento à perspectiva de as grandes economias sofrerem um “pouso forçado” ou “suave” com a ação dos bancos centrais contra a inflação. No Brasil, há uma agravante: a eleição. O investidor tem de monitorar o processo eleitoral e deve priorizar a cautela.

O alerta é de Mario Torós, 58 anos e 30 de mercado. Torós, sócio-fundador e CIO da área macro da Ibiuna Investimentos, comandou a diretoria de Política Monetária do Banco Central (BC) entre 2007 e 2009 e, nesse posto, teve papel ativo durante a crise financeira global de 2008/2009. Antes de chegar ao BC, o economista trabalhou no Santander, onde chegou à vice-presidência de tesouraria e mercados.

Torós afirma ao NeoFeed que, para investidores e gestores, a pergunta de um milhão de dólares é quando os ajustes das políticas monetárias vão terminar. A Ibiuna avalia que a “persistência inflacionária” será longa e o processo de ajuste vai demorar.

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Para Torós da Ibiuna Investimentos
Imagem/Ibiuna Investimentos

No Brasil, diz o gestor, independente de quem foi o vencedor da eleição, a questão a ser respondida é qual será a política econômica e, em particular, a política fiscal que o futuro governo vai propor e quais serão as pré-condições para implementá-la.

Torós pondera que o processo eleitoral faz preço nos ativos e avisa que o Brasil já tem um “prêmio razoável embutido na taxa de juro, no câmbio e na bolsa”. Ele insiste que o fator principal desses prêmios é a incerteza global, mas afirma que os preços dos ativos brasileiros hoje não serão os preços do fim deste ano.

“A depender do resultado [da eleição] os prêmios podem ser devolvidos ou se ampliar”, afirma. A Ibiuna, fundada há 12 anos por Torós e o também ex-diretor do BC, Rodrigo Azevedo, tem sob gestão R$ 31 bilhões, sendo que cerca de R$ 27 bilhões estão dedicados à estratégia macro global de investimentos administrada pelos dois sócios.

A gestora, uma das maiores independentes do país, faz justiça à formação de seus fundadores e tem como principal atividade operar ciclos monetários de 30 países e mais de 20 bancos centrais.

A rentabilidade do fundo macro global Ibiuna Hedge STH, carro-chefe da gestora, acumula valorização em 12 meses, até junho, de 19,41% (205% do CDI); em 36 meses, de 49,24% (292% do CDI); e, em 60 meses, de 88,14% (264% do CDI)… leia mais em NeoFeed 12/08/2022