As pequenas empresas são as que mais sofrem com a burocracia tributária no Brasil.
Os custos para pagar impostos e contribuições têm peso maior comparado às grandes corporações: representam 3,13% do faturamento.

As empresas médias desembolsam 1,64% da receita para preparar o pagamento dos tributos e cumprir a legislação.

Nas companhias de grande porte, o gasto é de 0,83% do faturamento.

‘Uma empresa menor não consegue mais manter equipes internas para contabilidade e encargos trabalhistas’, destaca o diretor-presidente da Escovas Fidalga, Manoel Canosa Miguez. Ele conta que a empresa, que tem quase 60 anos de existência, transferiu para um escritório de contabilidade todas as atividades fiscais e de recursos humanos. ‘Fica mais barato do que manter uma equipe interna.’
De acordo com o estudo Carga Extra na Indústria Brasileira, da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), só o custo de terceirização dos serviços representa custo anual de R$ 1,17 bilhão para as pequenas empresas, ou 0,75% do faturamento. Nas companhias de médio porte, o gasto é menor: R$ 620 milhões (0,25% das receitas).

Essas empresas ainda conseguem manter um mix de equipes internas e terceirização, diz o advogado tributarista Yun Ki Lee, sócio do escritório Dantas, Lee, Brock & Camargo Advogados.

Os trabalhos de auditoria e de advocacia normalmente ficam com escritórios externos. Na Dimep, por exemplo, além dos funcionários na área de contabilidade e do departamento pessoal, há assessoria externa e auditoria que dedica dois dias por mês para avaliar as operações das companhias.

Para empresários e especialistas, a reforma tributária tão almejada pela sociedade não pode se limitar a reduzir alíquotas de impostos, contribuições e encargos. ‘Ela precisa ir mais longe e simplificar o sistema tributário brasileiro’, afirma Alfried Plöger, da Melhoramentos. / R.P.
Fonte:estadao2/10/2011