A Holding GV Participações S.A, que atua no mercado com a marca Betunel, cedeu a totalidade de suas quotas para as outras duas empresas que compõem o consórcio comprador da refinaria, com sede em Fortaleza, Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor). A informação é da Petrobras, em comunicado oficial ao mercado.

No último dia 25 de maio, o consórcio Grepar Participações Ltda., formado pela Betunel, pela Grecor Investimentos em Participações Societárias Ltda., e pela Greca Distribuidora de Asfaltos Ltda., celebrou contrato de compra e venda da Lubnor por US$ 34 milhões (cerca de R$ 170 milhões). Vale lembrar que a Lubnor foi o quarto ativo da Petrobras a ser colocado à venda pela companhia, tem capacidade de processar 10,4 mil barris do dia, sendo a única refinaria brasileira a produzir lubrificantes naftênicos e respondendo por cerca de 13% da produção de asfalto do País.

No informe, a Petrobras destacou que “com a alteração comunicada, a Grecor Investimentos em Participações Societárias Ltda. manterá a sua participação de 50% e a Greca Distribuidora de Asfaltos Ltda. passará a deter os outros 50% do capital social da Grepar. A estatal também destacou declaração do sócio-administrador da Grepar, em nome das duas empresas remanescentes no negócio.

Para Clovis Fernando Greca, a empresa “permanece coesa e fortalecida, comprometida em concluir a transação, e seguirá atuando para promover um ciclo de oportunidades e crescimento na Lubnor, através de novos investimentos e buscando uma relação positiva entre a refinaria e o seu entorno, beneficiando a comunidade local como um todo.” Já Rodrigo Costa Lima e Silva, diretor de Refino e Gás Natural da Petrobras, destacou que “a Petrobras reforça seu compromisso com a abertura do mercado de refino, expressa no Termo de Cessação de Prática celebrado com o Cade”.

Por sua vez, a Betunel, que tem sede no Rio de Janeiro e unidades em 18 cidades do País, incluindo Maracanaú (CE), ainda não se manifestou publicamente sobre os motivos da saída do consórcio que comprou a Lubnor.

Petrobras informa que empresa deixará consórcio

Venda polêmica

A venda da Lubnor pela Petrobras em processo de análise pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) segue envolta em polêmicas. No último dia 31 de maio, o prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), afirmou que vai judicializar a operação.

De acordo com Sarto, a prefeitura tem 30% do terreno onde está instalada a Lubnor, ou 60.489,98 metros quadrados, e a venda prejudica a cidade. “(A Petrobras) está vendendo uma refinaria que está na nossa cidade desde a década de 1970, por um preço muito abaixo do valor de mercado, o que traz prejuízo para o Brasil e principalmente para Fortaleza, que tem 30% do terreno da refinaria”, afirmou.

Nesta quarta-feira, 15, duas comitivas de vereadores visitaram as instalações da Lubnor. A Câmara Municipal de Fortaleza formou uma comissão eespecial para apreciar o processo de privatização da refinaria. “Nós provocamos uma visita para que pudéssemos conhecer as instalações e se inteirar do processo de negociação que a Petrobras está fazendo com a empresa Grepar. Qualquer negociação não pode desprezar a Câmara e a Prefeitura, que devem participar desde o início do processo de concepção do projeto de privatização”, declarou Gardel Rolim, autor da proposta de criação da comissão.

Já a vereadora Larissa Gaspar (PT) reforçou que o momento foi fundamental para entender o funcionamento da refinaria e a sua importância para o país. “Já foi feito um contrato de compra e venda entre a empresa e a Grepar, porém como esse imóvel se encontra em um terreno de titularidade de Fortaleza, uma questão que vai precisar ser discutida”, disse.

Por sua vez, o vereador Luciano Girão (PP) definiu a reunião como produtiva e disse que o povo de Fortaleza não pode ser prejudicado. (Com Agência CMFor)… leia mais em O POVO 16/06/2022