Alessandro Lombardi, CEO da Piemonte Holding, compradora dos data centers da Oi, diz que não há plano de saída do investimento, que o projeto é de longo prazo e que fará expansão comprando data centers corporate e fibra óptica. Nos próximos dois anos, vai investir R$ 100 milhões em atualização do que já possui e três vezes este montante até 2025 em aquisições.

Piemonte Holding

A Piemonte Holding surgiu no mercado de tecnologia não faz muito tempo. Em 2019 comprou participação, não revelada, no GBT Data Center, de Brasília. Tal estrutura atende exclusivamente Banco do Brasil e Caixa, em modelo de parceria público privada. No ano seguinte, iniciou um salto. Arrematou, em novembro, cinco data centers colocados à venda pela Oi, concessionário de alcance nacional que atravessa uma recuperação judicial repleta de venda de ativos.

Pelas unidades da Oi, o Piemonte vai pagar R$ 325 milhões. O valor ainda não foi desembolsado, o que acontecerá em pouco tempo, explica o CEO da instituição financeira, Alessandro Lombardi (foto), após o cumprimento de requisitos considerados habituais em uma compra de empresa que está em RJ.

Em entrevista ao Tele.Síntese, Lombardi conta que o Piemonte, através de sua empresa de data centers, a Elea Digital, vai renovar a estrutura adquirida. A atualização vai custa ao menos R$ 100 milhões, gastos ao longo de 2021 e 2022. Além disso, novas compras estão no radar. Segundo ele, o foco da expansão por aquisição será no mercado de corporate, que traz a estrutura já com um cliente garantido. E a atuação será sempre em colocation, deixando para o cliente administrar sua nuvem.

E executivo contou que há grande oportunidade de expansão no Brasil por conta de uma demanda que só vai crescer, na esteira da digitalização das empresas, do governo e da chegada da 5G. E que, além de data centers, avalia comprar ativos de fibra complementares. Confira, abaixo, a íntegra da entrevista concedida nesta semana.

Tele.Síntese – Por que vocês compraram os data centers da Oi?

Alessandro Lombardi, CEO da Piemonte Holding – Em 2018 começamos a estudar o fenômeno de investimentos nesse setor. Nos EUA, muitos bancos identificaram o setor digital como estratégico no mundo todo. Em 2019 começamos com o data center do Banco do Brasil, com uma participação ali. Nossa estratégia nisso começou portanto antes da Oi. Os grandes negócios de telecom no mundo em 2019 foram vendas de operadoras desinvestindo em infraestrutura digital, porque isso não é core para seus negócios. Ser dono da infraestrutura não interfere em prestar o serviço onde há infraestrutura.

Foi nesse contexto que iniciamos as negociações com a Oi, ainda na segunda metade de 2019. O conceito que o BofA, que assessorava a Oi, propôs era o mesma que nós acreditamos. Os 5 data centers, embora não sejam hiperscale, têm ótima localização geográfica. São bem localizados para realizar o tráfego em todo o Brasil… Leia mais em telesintese 24/01/2021