Ao lado de um grupo de investidores, o empresário pagou R$ 47,8 milhões pelas empresas. Fora da Alpargatas, Wizard quer levar as marcas para além do mercado de calçados

A nova tacada do empresário Carlos Wizard chama atenção por envolver duas marcas com forte nome e prestígio dentro do mercado brasileiro: Rainha e Topper. O negócio,que envolve Wizard e um grupo de investidores, foi anunciado pela Alpargatas na última terça-feira (05/11). Fechado por R$ 48,7 milhões, o acordo contempla a venda da marca Rainha no mundo e 20% da Topper na Argentina e no mundo, com exceção de Estados Unidos e China, onde a marca será licenciada por 15 anos aos compradores.

Essa é a primeira vez que Wizard adquire uma empresa com presença forte fora do Brasil, como a Topper. “A marca é líder de mercado no setor esportivo na Argentina. Isso demonstra o potencial dela diante de grandes concorrentes internacionais”, afirmou Wizard a Época NEGÓCIOS.  O empresário explica que o novo investimento faz parte de uma “estratégia global” que inclui o foco em setores que combinam potencial de crescimento e resiliência. “Temos procurado investir em setores com grande potencial de crescimento e, ao mesmo tempo, com grande resiliência em momentos de turbulência econômica. Justamente por isso, optamos pela rede Mundo Verde e também investimos na Ronaldo Academy com escolas de futebol no Brasil, EUA e China”, disse. O acordo não inclui a venda de fábricas e ativos industriais.

Junto aos novos controladores das empresas, Wizard quer trabalhar para que as marcas recuperem relevância no mercado esportivo brasileiro através de duas frentes. “Pretendemos fortalecer o posicionamento da marca Topper no setor esportivo e a marca Rainha na linha de produtos de estilo de vida jovem”. A ideia é ampliar e diversificar o porftólio das empresas.

Marcas de calçados esportivos tradicionais, a nova estratégia para Topper e Rainha inclui marketing e investimento para lançar uma linha de roupas. “Atualmente, uma parcela significativa do faturamento dessa operação vem por meio  de artigos esportivos e calçados. Iremos ampliar a linha de produtos de vestuário. Achamos que o Brasil tem um mercado interno gigante para ser explorado nesse sentido”, disse Wizard.

A Alpargatas negou que a venda tenha sido motivada pela crise econômica. “A venda não tem nada a ver com resultado, temos um balanço estruturado, forte e gerador de caixa”, afirmou o presidente da companhia Márcio Utsch, durante conferência com jornalistas. “O fato é uma coincidência feliz de o comprador ter interesse e visão estratégica do negócio”. Visão estratégica, pelo menos, Wizard já provou que tem. POR BARBARA BIGARELLI Leia mais em epocanegocios 05/11/2015