Marcas reagem ao avanço dos chineses, que hoje dominam 98% das importações do setor

A Portobello e a Eliane, duas das principais empresas do mercado de revestimentos cerâmicos, acabam de fundir as suas atividades para criar uma nova empresa, ainda sem definição de nome, mas que deve manter ambas as marcas em operação. A expectativa é que o processo de auditoria seja finalizado em março, quando deve ser anunciado também o presidente da companhia, além do número de integrantes do conselho de administração.

Estima-se que a participação da Portobello possa atingir um índice de até 80%, que pode variar conforme os resultados das diligências. Ainda assim, a empresa garante que não se trata de uma aquisição e sim de uma fusão. O faturamento conjunto de ambas as marcas deve girar em torno de R$ 1,1 bilhão em 2011, o que equivale a uma produção da ordem de 60 milhões de metros quadrados de revestimentos em 2011.

O negócio, capitaneada por Edson Gaidzinski Jr., presidente da Eliane, e por Mauro do Valle Pereira, diretor comercial da Portobello, traduz a reação das fabricantes contra o avanço dos produtos chineses, favorecidos pelo câmbio e por subsídios públicos. Calcula-se que a China responda hoje por cerca de 98% dos 38 milhões de metros quadrados de revestimentos importados em 2011, volume 76% superior aos 22 milhões de metros quadrados que entraram no Brasil um ano antes, de acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimento (Anfacer) publicados na edição dessa quinta-feira, 12, pelo jornal Valor Econômico.

O objetivo da nova empresa criada por Portobello e Eliane é criar condições para equilibrar melhor essa balança, aproveitando inclusive o aumento de 6% nas vendas domésticas de revestimentos cerâmicos esperado para 2012, ante alta de aproximadamente 9% no ano passado, conforme a Anfacer. Popular entre a classe média brasileira, a Eliane tem as suas vendas concentradas no varejo e no fornecimento para construtoras. Já a Portobello é considerada uma marca premium, comercializada em mais de cem lojas montadas no modelo de boutiques. Por Janaina Langsdorff
Fonte:meioemensagem12/01/2012