O parque tecnológico PradoTech, um grande investimento em curso em Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre, acaba de criar um fundo de investimento em startups com R$ 20 milhões de capital.

O fundo será operado pela Ventiur, uma aceleradora de startups gaúcha com atuação nacional, e buscará empreendimentos em fase de validação e tração, com objetivo de investir entre R$ 200 mil e R$ 1 milhão em cada uma.

A primeira seleção deve ocorrer já no segundo semestre de 2022. Na mira, uma grama ampla de setores, indo desde Inteligência Artificial e Internet das Coisas (IoT), até Edtechs, passando por Nano e Biotecnologia, Robótica, Indústria 4.0, Logística 4.0, Govtechs e Deeptechs.

Aos investidores, o objetivo do grupo é gerar retorno de 10 vezes o valor aportado, com desinvestimento em cerca de sete anos.

Além do retorno projetado, os investidores poderão participar diretamente da seleção, ajudar a mentorar as startups e ter acesso privilegiado às inovações.

“Este é mais um importante passo na consolidação do ecossistema do PradoTech. Com a parceria estratégica da Ventiur, conjugamos e viabilizamos a oportunidade de investir em startups diferenciadas”, afirma Carlos Gerdau Johannpeter, presidente do Instituto Prado e fomentador ativo do projeto.

PradoTech tem fundo de R$ 20 milhões
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Captar o dinheiro não deve ser um problema. Carlos é filho de Jorge Gerdau Johannpeter, atual presidente do conselho de administração da gigante siderúrgica.

Ele deixou a carreira de executivo no Grupo Gerdau há quase 25 anos para tocar iniciativas próprias em outras áreas, incluindo a Domus Urbanismo, que está por trás do PradoTech, um investimento de R$ 200 milhões que espera atrair 120 empresas e criar 5 mil empregos.

Criada em 2013, a Ventiur já avaliou mais de 3 mil startups em todos estados brasileiros e investiu em mais de 70 negócios inovadores, avaliados hoje em mais de R$ 400 milhões.

A Ventiur já fez alguns exits chamativos, incluindo a Devorando, vendida para o iFood em 2016, a Meerkat, vendida para a Acesso Digital em 2020, e a Suiteshare, vendida para a VTEX em 2021.

A aceleradora não é o único nome experiente na área de inovação envolvida na PradoTech, cujo CEO é Susana Kakuta, ex-CEO do Tecnosinos, um parque tecnológico ligado à Unisinos que está entre os mais bem sucedidos do país.

Hoje, o Tecnosinos reúne 121 companhias. São 10 mil empregos diretos, 20 vezes mais do que em 2009.

Outros apoiadores de peso incluem a própria Unisinos, que abriu uma incubadora de empresas no parque, e a secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia de Gravataí, que se instalou no local.

O novo PradoTech, cujas obras serão inauguradas nesta quarta-feira, 8, é um tipo de empreendimento muito diferente de parques tecnológicos tradicionais como o Tecnosinos.

O parque tecnológico da Unisinos, assim como o da PUC-RS e outras instituições de ensino espalhadas pelo país, é um modelo do começo dos anos 2000, que visava alavancar a criação de empreendimentos de base tecnológica.

O PradoTech tem esse viés, mas também é uma evolução dos condomínios fechados que na última década começaram a brotar em Gravataí às margens da Freeway, uma estrada que liga Porto Alegre ao litoral gaúcho…. leia mais em Baguete 27/04/2022