O processo de adequação às alterações trazidas pela reforma do regulamento do Novo Mercado pode ser um dos fatores que levou a um aumento de 11,4 pontos percentuais na taxa de aderência de companhias que adotam política de remuneração de diretoria aprovada pelo conselho de administração. Em 2020 esse percentual era de 50%, e agora atingiu 61,4%. O dado pertence à quarta edição do estudo “Pratique ou Explique: Análise Quantitativa dos Informes das Companhias Abertas Brasileiras” produzido pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), EY e TozziniFreire Advogados.

“O avanço é expressivo, foi o maior percebido na edição deste ano. Entretanto, ainda há espaço para evolução. Essa é uma das práticas que melhor reflete o papel do conselho de administração na busca pelo alinhamento entre a atuação dos gestores e os interesses de longo prazo da companhia. Por essa razão, acreditamos que o percentual deve seguir em crescimento”, analisa o gerente de pesquisa e conteúdo do IBGC, Luiz Martha.

A amostra deste ano conta com 409 companhias que publicaram, até o dia 9 de agosto, o informe anual obrigatório relacionado ao Código Brasileiro de Governança Corporativa – Companhias Abertas. A taxa média de aderência das empresas passou de 54,3%, em 2020, para 58,7% neste ano. Das 54 práticas recomendadas pelo Código, 47 tiveram aumento de aderência, enquanto 7 tiveram redução.

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As práticas servem para sinalizar a investidores e outras partes interessadas como a Governança Corporativa das companhias têm evoluído. Os números evidenciam o contexto da jornada dessas empresas e as exigências do mercado de capitais. Ao avaliarmos a evolução das taxas de aderência ano após ano podemos contribuir para a perenidade e saúde das organizações, e sugerir pontos de atenção específicos para as lideranças se debruçarem nos próximos anos”, afirma o sócio da TozziniFreire Advogados, André Camargo.

Práticas com mais aderência

A pesquisa identificou que as práticas mais e menos aderidas pelas empresas de capital aberto no país se mantiveram as mesmas do último ano. As mais adotadas se relacionam a atas de assembleias, ponto pacífico entre as companhias. A que discorre sobre as atas das assembleias permitirem o pleno entendimento das discussões ocorridas é plenamente atendida no entendimento de 98,5% das organizações analisadas. Já a relacionada à clareza das atas de reunião do conselho, que devem registrar as decisões tomadas, as pessoas presentes, os votos divergentes e as abstenções de voto é atendida na opinião de 98% dos respondentes.

Do lado oposto da lista figuram entre as três práticas com menos aderência a que trata da composição do conselho estabelecida no estatuto social, 19,6%, a sobre plano de sucessão do diretor-presidente (aprovado e atualizado pelo conselho de administração), 21%, e a sobre a composição, a atribuição e a remuneração do comitê de auditoria estatutário, 30,3%.

“O fato de vermos novamente essas práticas como as menos adotadas pode indicar um gargalo na trajetória de governança corporativa das companhias. É necessária uma reflexão sobre elas, pois acreditamos que a sua adoção possa contribuir para melhorias no processo decisório estratégico e para a longevidade das organizações”, comenta a diretora-executiva de Family Business da EY no Brasil e na América Latina, Carolina Queiroz.

Perfil das empresas de destaque

Ao explorar os perfis por grupo das companhias abertas analisadas pelo estudo Pratique ou Explique: Análise Quantitativa dos Informes das Companhias Abertas Brasileiras deste ano, destacam-se as empresas pertencentes ao Ibovespa com taxa de aderência às práticas de 76,9%. Em relação aos segmentos especiais de listagem da B3, as companhias com maiores taxas pertencem, na ordem de maior para menor, ao Novo Mercado (67,9%), Nível 1 (67,2%) e ao Nível 2 (62,8%).

Sobre o IBGC – Fundado em 27 de novembro de 1995, o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), organização da sociedade civil, é referência nacional e uma das principais no mundo em governança corporativa. Seu objetivo é gerar e disseminar conhecimento a respeito das melhores práticas em governança corporativa.

Sobre a EY – A EY existe para construir um mundo de negócios melhor, ajudando a criar valor no longo prazo para seus clientes, pessoas e sociedade e gerando confiança nos mercados de capitais. Tendo dados e tecnologia como viabilizadores, equipes diversas da EY em mais de 150 países

Sobre a TozziniFreire Advogados – Escritório de advocacia entre os líderes da América Latina, TozziniFreire oferece soluções jurídicas seguras e inovadoras em todas as áreas do Direito Empresarial.

Com informacões CDI Comunicação