Marcelo Barboza fala sobre as mudanças e adequações necessárias para obter resultados positivos com os investidores

Tornar-se uma empresa de capital aberto é uma decisão que necessita de coragem, pois apresenta impacto na rotina da organização e em seus desdobramentos futuros. Entrar na Bolsa de Valores faz com que a companhia deixe de ter sócios pré-estabelecidos em contrato e passe a ter um modelo aberto. No ano de 2004 a Dasa abriu o capital.

Segundo o presidente da Dasa, Marcelo Barboza, a organização foi a quarta empresa a abrir capital nacional, fazendo o follow on com pulverização do seu recurso em 2006.
Em sua explanação no 1º Congresso Nacional de Hospitais Privados, realizado na última quita-feira, (29), em São Paulo, Barboza lembrou alguns pontos que considera importante no momento de realizar um IPO.

Ele ressaltou que existe uma limitação constitucional que proíbe hospitais de receberem investimentos vindos do exterior. No entanto, a regra não se aplica à Dasa.
“A Dasa não é uma empresa de medicina é uma companhia de apoio à assistência. Desta forma, consegue ter acesso tanto ao capital nacional quanto ao estrangeiro”

Nos últimos três anos a companhia conseguiu alcançar um crescimento orgânico de aquisições de 91%, evolução de margem de Ebtida de 21% para 26 % e o retorno de capital investido avançou 9%, resultando em uma valorização de 151% nas ações da empresa.

Porém, para que resultados satisfatórios sejam alcançados é necessário que a empresa passe por algumas mudanças. “Quando se abre capital os sócios têm que dividir poder. Isso é bem importante no momento de tomar decisões”

Além disso, há a necessidade de uma nova governança corporativa, o que implica tempo e dinheiro. Da mesma forma, disputa a atenção da gestão e toma tempo. Sendo assim, deve-se ter disciplina para realizar todas as tarefas de forma correta. Em suas conversas com investidores, Barboza conta que é importante saber o que eles querem.

“O que leva o investidor a aplicar em determinada empresa é o mercado, e se a companhia atua em um setor relevante e com potencial de crescimento. Falamos que a medicina diagnóstica é um mercado que deve crescer com questões de maior penetração em seguro de saúde, questões demográficas de envelhecimento da população e aumento dos exames”.

É necessário mostrar que tem diferencial competitivo, pois isso possibilita que a empresa se destaque, afirma Barboza.

“O investidor quer um histórico de execução, que consiste em resultados, fluxo de caixa livre e retorno sobre o capital investido. Essas são algumas das principais métricas que o investidor cobra a cada trimestre”

Ele encerra ao dizer que entre as diretrizes devem ser coerentes, pois assim é possível que seja estabelecida uma comunicação transparente com o investidor.
Fonte:saudeweb03/10/2011