A Sigfox, desenvolvedora de um padrão exclusivo em internet das coisas, protocolou pedido de recuperação judicial na Justiça da França ontem, 26. Endividada e com vendas abaixo do esperado, a empresa está em fase de liquidação e passará os próximos seis meses sob proteção judicial em busca de um comprador disposto a dar continuidade aos negócios.

A empresa francesa foi criada em 2010 na cidade de Labège, e se tornou um dos mais conhecidos fornecedores de tecnologia e soluções em internet das coisas. Tinha como diferencial um serviço de baixo custo e baixo consumo de energia, lançado antes de outros fabricantes chegarem a um acordo em torno de padrões LPWA (de ampla cobertura e baixo consumo energético).

A empresa tem, atualmente, 250 funcionários, os quais diz que deverão ser absorvido pelo futuro comprador. Parte destes funcionários estão em escritório da empresa localizado em São Paulo.

Nas alegações para o pedido de recuperação judicial, a empresa citou os problemas financeiros decorrentes da pandemia de Covid-19. A crise sanitária, observa, desacelerou o mercado da Sigfox e tornou escassos os componentes utilizados nos equipamentos das redes construídas com o padrão.

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Próxima de falir, Sigfox é colocada à venda

“Esses fatores pesaram fortemente na situação financeira da empresa e em particular no seu nível de endividamento”, disse a Sigfox, em nota, ao site FranceInfo.

Desde a fundação, a empresa levantou junto a investidores mais de US$ 300 milhões. Nos últimos 11 anos, construiu redes em 75 países, fechou acordos com 75 operadoras, inclusive no Brasil. Diz ter 20 milhões de dispositivos conectados sob sua tutela, que transmitem 80 milhões de mensagens por dia.

Os efeitos da crise são claros no balanço da empresa que, embora sempre fosse deficitária, viu as perdas saltarem drasticamente. Em 2018, a Sigfox tinha prejuízo anual de € 14 milhões. Em 2019, aumentou para € 30 milhões. E em 2020, o rombo chegou a € 90,6 milhões. As receitas da empresa, quem em 2018 somavam € 43 milhões, caíram a € 24 milhões em 2020. (Com agências internacionais) Leia mais em TeleSintese 28/01/2022