SÃO PAULO – Os executivos que comandam as redes de farmácias Raia e Drogasil comentaram alguns minutos atrás, em teleconferência com analistas, detalhes sobre as prioridades da nova empresa criada com a associação das companhias. O anúncio do fechamento da fusão foi feito na noite de ontem.

Segundo as empresas, a integração dos negócios e o aumento da rentabilidade da nova companhia, para patamares próximos ao da Drogasil, estão entre as metas iniciais do comando da rede.

“Um dos nossos primeiros targets é fazer a nova empresa inteira alcançar a rentabilidade da Drogasil, que estava numa condição diferente de caixa da Raia”, disse Cláudio Roberto Ely, diretor-presidente da Raia Drogasil, nome do novo grupo criado.

Somado a isso, informaram os executivos, a companhia irá iniciar um processo de integração das operações que tomará algum tempo. “Vamos levar um ou dois anos nisso, e se aparecer alguma empresa de 15 ou 20 lojas para comprar, podemos olhar, porque esse tamanho seria praticamente um crescimento orgânico. Mas a meta é consolidar essa integração das estruturas”, disse o diretor de relações com investidores da Raia Drogasil, Eugênio De Zagottis.

As companhias não deram dados sobre ganhos de sinergia com a fusão – algo que foi questionado algumas vezes pelos analistas – ou perspectivas de mudanças na política comercial, ou mesmo dados a respeito de fechamento de lojas. “Estamos fazendo esses cálculos [sobre os ganhos de sinergia]”, disse De Zagottis.

Informações sobre metas para alguns indicadores sobre resultados do novo grupo também não foram fornecidos. A respeito da sobreposição de lojas, os executivos deixaram claro que podem fechar pontos de venda se isso for realmente necessário. “Só vamos fechar lojas se isso transferir faturamento. Se não quisermos fechar temos esse direito. Queremos deixar claro que se o fechamento acontecer, será de forma seletiva”, afirmou o diretor de relações com investidores.

Os executivos informaram ainda que não planejam acabar com as duas marcas e que elas têm espaço para conviver juntas, por conta do perfil de atuação que são complemetares. “A Drogasil é uma rede focada mais nos aposentados e a Raia é uma empresa ligada mais ao público jovem e com forte atuação em produtos para beleza. Além disso ainda há uma questão geográfica, com atuação em locais diferentes”, explicou Ely.

A união das empresas foi anunciada na noite de ontem, com a criação de uma companhia com receita de R$ 4,1 bilhões, 725 lojas e a sétima maior varejista do Brasil (num ranking incluindo todos os segmentos do varejo).
Fonte:Valor03/08/2011