O FIDC está prestes a ficar pop — e a Solis quer surfar a onda. Com a chegada da nova regulamentação da CVM para o mercado de fundos, em outubro, esse tipo de produto deixa de ser privilégio de investidores qualificados para entrar na carteira do varejo. De olho nisso, a gestora decidiu tirar do papel um plano antigo: unir a operação com sua firma-irmã, a CDP Capital, estruturadora e originadora de fundos, fundada pelo mesmo par de sócios.

Além da questão da mudança normativa, os sócios fundadores das duas instituições, Ricardo Binelli e Delano Macêdo, veem que há uma redução da importância dos bancos como principal fonte de captação de recursos para crédito, o que também favorece a expansão do mercado. “Os captadores têm cada vez mais aderido ao FIDC como instrumento de financiamento”, diz Binelli. “É a fome com a vontade de comer: vão ter mais investidores com acesso e ao mesmo tempo os reguladores estão favorecendo a desbancarização”, afirma Macedo.

Veteranos do FIDC sócios da Solis e CDP Capital fundem operações
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Com a fusão, a marca CDP deixa de existir e tudo passa a ser Solis. A ideia é criar uma firma mais robusta, que se proponha a dar conta de todas as necessidades do mercado quando o assunto é FIDC. A nova Solis, portanto, antes limitada a ser uma gestora de investimentos, vai atender empresas que queiram levantar recursos, desde a estruturação, análise de crédito, gestão de risco e implementação dos veículos, até a gestão e entrega de retornos. A empresa vai manter os escritórios em Fortaleza (CE), da CDP, e em São Paulo, da Solis, agora com um time somado de 65 pessoas.

De acordo com Macedo, ainda há muito espaço para crescer, quando se compara a realidade do mercado doméstico com a de países como os EUA, onde cerca de 70% do crédito já vem de outras fontes do mercado de capitais, que não bancos tradicionais. Por aqui, o volume gira em torno de 5%. “Se não for a 70%, que vá a 20%, ainda são cinco vezes o tamanho.”

Binelli e Macedo trabalham juntos estruturando FIDCs há mais de 15 anos, desde a época do grupo Petra, hoje Finaxis, um dos pioneiros neste mercado no país.

A Solis tem R$ 14 bilhões em ativos sob gestão e mais de 16 mil cotistas em mais de 80 fundos ativos… leia mais em Pipeline 22/08/2023