Mesmo com a expansão internacional em pleno desenvolvimento, a rede de culinária italiana Spoleto acredita que as oportunidades estão concentradas no Brasil.

Presente em 23 estados brasileiros com um total de 242 lojas, o Spoleto mantém ritmo acelerado de crescimento e espera abrir mais 35 lojas até o final deste ano, em que já foram inauguradas 15 unidades.

“O momento econômico no país é bom, já na economia externa a situação é mais difícil”, disse Antonio Moreira Leite, diretor de franquia e marketing da rede Spoleto, marca brasileira do Grupo Umbria.

Considerando a economia aquecida e boas perspectivas de demanda no Brasil, o executivo não descarta a possibilidade de firmar parcerias. “Nós somos consolidadores do segmento de food service, buscar consolidação permeia a estratégia do Grupo Umbria”, afirmou.

A concentração dos restaurantes prevalece em São Paulo, estado que conta com 92 lojas, seguido por Rio de Janeiro (60 unidades). O próximo estado a receber a rede é o Acre, onde o primeiro restaurante será inaugurado em novembro.

“Estamos bem posicionados em São Paulo e Rio de Janeiro. Queremos penetrar cada vez mais em cidades com até 200 mil habitantes e o grande vetor de crescimento é por meio de franquias”, afirmou o executivo.

Segundo Moreira Leite, o faturamento da marca deve crescer em torno de 20% em 2011, nível de expansão apresentado nos últimos dez anos.

No ano passado, o faturamento do Spoleto atingiu R$ 345,6 milhões, o que representa um avanço de 19% sobre 2009. Por sua vez, os pontos de venda aumentaram em 12%, com 25 novas lojas.

Para garantir o projeto de expansão e assegurar a solidez da rede, o Spoleto vai integrar as duas fábricas que possui no Rio de Janeiro em uma única unidade. Atualmente, as fábricas produzem 600 toneladas de alimentos por mês.

O investimento na nova fábrica, que abastecerá todas as lojas da rede, é de R$ 10 milhões. A inauguração da planta está prevista para o segundo semestre deste ano e contará com localização estratégica, na cidade de Volta Redonda, entre Rio de Janeiro e São Paulo.

“As fábricas nasceram da necessidade de se ter um fornecedor estável, que garanta preço competitivo, alta qualidade e produção em larga escala”, explicou Moreira Leite, lembrando que as massas secas (sem recheio) ainda são importadas da Itália.



Internacionalização


Após conquistar o mercado mexicano e espanhol, o Spoleto desembarca no próximo mês na Costa Rica. O projeto no país prevê a abertura de 15 lojas dentre de cinco anos.

O primeiro acordo internacional foi fechado em 2004 com o grupo mexicano Alsea. Hoje, o México, principal mercado internacional, conta com 26 unidades da marca e há previsão de encerrar 2011 com 40 lojas.

Com uma atuação mais tímida, a rede possui dois restaurantes na Espanha e expectativa de inauguração de mais um ainda neste ano.

As negociações encontram-se adiantadas com Argentina e Austrália, próximos países a receber o Spoleto.

No exterior, o modelo de negócio é baseado no conceito master franquia, em que são estabelecidas metas, como objetivo de abertura de novas lojas, e os proprietários podem vender novas franquias.

“A representatividade do Spoleto ainda é pequena no exterior, o driver principal é crescer no Brasil, onde tem muita oportunidade ainda”, avaliou Moreira Leite.

História

Com todos esses indicativos positivos, o nascimento da rede Spoleto remonta uma estratégia de negócio mal sucedida. Os fundadores da marca, Eduardo Ourivio e Mário Chady, abriram uma praça de alimentação no Rio de Janeiro com diversos restaurantes, em que o Spoleto acabou se destacando entre o preferido dos consumidores.

“A praça de alimentação não foi para frente. O conceito de várias operações juntas não funcionou. O Spoleto sim, uma vez que apresenta um conceito facilmente replicável”, contou Moreira Leite.

Em 1999, o Spoleto teve sua primeira unidade aberta em um shopping com o formato próximo do que temos atualmente, em que o cliente escolhe os ingredientes que compõem sua refeição.

Fonte:brasileconomico19/08/2011