Spotify coloca em xeque pagamentos de IPO a bancos
Depois de abalar a indústria da música, o Spotify está levando investidores a questionarem o valor que podem conseguir se bancos liderarem um IPO, serviço do qual ela abriu mão.
A empresa de streaming de música efetivamente privou os bancos de centenas de milhões de dólares em taxas ao não precisar de assessoria ao lançar as ações da companhia avaliada em 26,5 bilhões de dólares na Bolsa de Nova York.
Os bancos podem cobrar das empresas até 7 por cento do valor captado numa listagem e gestores de fundos em Londres dizem que o sucesso da Spotify fará os bancos a terem que mostrar mais claramente o valor que criam para as empresas.
“Além de economizar muito dinheiro para o tipo certo de empresa, o sinal demonstrado por esse tipo de listagem é a igualdade de condições que cria”, disse Trevor Green, diretor de ações institucionais da Aviva Investors, à Reuters.
Os bancos embolsaram taxas anuais de 33,6 bilhões de dólares nos EUA e 14,4 bilhões de dólares na Europa na última década ao coordenarem IPOs, segundo dados da Thomson Reuters.
E embora as disputas entre bancos de investimento e gestores de ativos sobre essas taxas não sejam novas, a tecnologia em evolução, o capital disponível mais livremente para as empresas e as pressões regulatórias significam que mudanças pode vir.
Mas embora os críticos afirmem que os altos custos tenham desencorajado algumas empresas de ingressarem no mercado de ações, limitando suas perspectivas e dificultando o crescimento da economia, os banqueiros dizem que é pouco provável que sejam capazes de replicar a listagem direta do Spotify.
Isso só foi possível porque um grande número de acionistas de fundos queria vender e a empresa não estava levantando muito capital. Isso significa que por enquanto essa rota só pode ser seguida por empresas de internet conhecidas como o Spotify.
“É uma questão única”, disse Suneel Hargunani, diretor do EMEA Equity Syndicate, do Citigroup.
“Não há muitas empresas que preencham todos esses requisitos, por isso não achamos que isso vai se tornar muito comum”, disse ele em entrevista à Thomson Reuters. (Por Sinead Cruise) Leia mais em dci 12/04/2018