A Spotlar, criadora de uma tecnologia que permite aos compradores de imóveis simular como ficariam os ambientes vazios com móveis, acaba de captar R$ 6 milhões em uma rodada seed liderada pela Terracotta Ventures, gestora de venture capital focada em construtechs e proptechs na América Latina.

Participaram também a TM3 Capital, que havia investido na companhia em sua rodada pré-seed, quando captou R$ 2,2 milhões, e outros investidores estratégicos não divulgados.

No mercado desde 2021 e com sede em Florianópolis, a Spotlar foi idealizada por Renan Lecheta (CEO), Ivan Alberti (CFO), Marcos Felipe Nuernberg (CSO) e Luiz Paulo Magalhães (CPO).

Este é o segundo empreendimento que lançam juntos, seguido da Conaz, fundada em 2015 e dedicada a digitalizar e conectar construtores e fornecedores por meio de uma plataforma de cotações e compras de insumos para a construção civil.

A startup foi vendida em 2019 para a construtech Ambar, que na época adquiriu mais duas empresas, a Polar e Controller, por um total de R$ 50 milhões.

Para a proposta da Spotlar, os executivos criaram uma plataforma focada na aplicação de tecnologia de customização para decorar e planejar o interior de imóveis vazios e recém-comprados.

Através dela, os clientes acessam um ambiente virtual 3D que simula seu imóvel e conseguem escolher as opções de mobília, decoração e eletroeletrônicos de sua preferência para cada ambiente antes mesmo da construção ficar pronta.

A proptech atrai clientes e acessa os empreendimentos por meio de um modelo de negócios B2B2C, em que realiza parcerias com incorporadoras, como Pride Construtora, Sensia Incorporadora (MRV) e Cyrela.

Depois de entregue, a Spotlar transforma o projeto virtual do imóvel em realidade.

“Ganhamos nós como empresa, executando vendas; a construtora, que melhora o seu relacionamento e converte mais apartamentos porque está entregando mais valor para o cliente; e o comprador do imóvel que terá todas as facilidades que precisa quando investe num imóvel”, relata Alberti.

Segundo o CFO, o objetivo é poupar os novos moradores de percorrer a jornada de interiores, que envolve contratar serviços que desconhece e correr atrás de mobiliário, resultando em um processo conturbado e quase sempre mais caro e demorado do que o esperado.

“Quando as chaves são entregues, a pessoa não pode usufruir sua moradia de imediato e a ideia do “pronto para morar” se perde. Isso provoca uma quebra na experiência do consumidor, que muitas vezes têm na aquisição do imóvel a realização de um sonho. Nosso objetivo é ressignificar esse momento para entregar um ambiente habitável o quanto antes e a um preço definido”, explica o CFO.

Hoje a empresa está presente em Santa Catarina, Paraná e em São Paulo, atuando com um time de cerca de 30 colaboradores.

Com os recursos captados, a proptech pretende acelerar a escalada dos negócios nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, inaugurando um braço em São Paulo nos próximos meses.

Além disso, está prevista uma maior estruturação das áreas comercial e de marketing, investimentos em tecnologia para aprimorar sua plataforma e em funcionalidades que melhorem a experiência do cliente e a eficiência de suas operações.

Para 2023, a Spotlar ainda pretende triplicar suas entregas, passando de 500 apartamentos executados.

De acordo com Bruno Loreto, managing partner da Terracotta, a gestora acompanha a evolução da Spotlar desde sua concepção e decidiu apostar na proptech devido à maturidade adquirida pelos cofundadores com a criação da Conaz anteriormente.

“Nesta segunda startup, eles estão mais maduros, com mais confiança e partiram de competências que eles já tinham para resolver um grande problema de um setor bastante complexo, que é o mercado de personalização e montagem de imóveis”, aponta.

A gestora acredita que a startup conseguiu criar uma solução escalável nesta etapa de entrega da cadeia imobiliária, algo que o mercado sempre demandou, mas ainda tinha dificuldades para encontrar.

“Essa convergência de fatores nos deu a confiança necessária para inserir a Spotlar no nosso portfólio, com o objetivo de permitir a empresa validar o conceito em maior escala. A intenção é avançar no processo de expansão da startup para outras cidades e estados, atestando a capacidade do modelo ser altamente escalável e aplicável em qualquer lugar do país”, conclui Loreto.

Fundada em 2019, a Terracotta Ventures tem sede em São Paulo e se considera a primeira venture capital da América Latina focada em startups construtechs e proptechs.

Entre suas investidas estão CondoConta, EmCasa, Imobles, InstaCasa, Livance e Yuca.

Já a TM3 Capital, nasceu em 2011 e com sede em Curitiba, busca investir em empresas de soluções de hardware e software. Desde sua criação, já realizou mais de 35 operações em 21 empresas… leia mais em Baguete 23/12/2022