A startup Estar, que faz parte do sandbox regulatório da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), deve lançar na segunda quinzena de março sua primeira listagem de tokens de participação societária em empresas via crowdfunding.

Como o próprio CEO da Estar, Pedro Rodrigues, define, o projeto tem por objetivo solucionar um problema comum das empresas que são financiadas por crowdfunding, aquele tipo de “vaquinha digital”, que hoje vai muito além dessa analogia e já permite que os financiadores de um projeto se tornem sócios dele. O problema a que Rodrigues se refere é a lista gigante (Cap Table) onde estão descritos os acionistas e investidores da companhia que foi financiada por este meio, uma vez que o crowdfunding é um processo aberto e que costuma atrair uma quantidade muito grande de pessoas.

Para diminuir a lista, e facilitar a análise do prospecto quando essas empresas forem a mercado, elas costumam criar veículos de investimento, que são como fundos nos quais cada investidor é um cotista. “Para a empresa não precisar emitir várias ações, cotas ou pools, em vez de ter 500 investidores no Cap Table, ela cria um veículo. Na Estar, o que vai ser tokenizado são as cotas desse veículo”, explica Rodrigues.

Startup do sandbox da CVM deve lançar este mês tokenização de crowdfunding
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Com a tokenização das cotas dos sócios que entraram no investimento pelo crowdfunding, esses investidores ganham liquidez para poderem vender suas participações. A primeira listagem que a Estar fará no sandbox da CVM será de seu próprio grupo controlador, a SMU, que é a primeira plataforma de crowdfunding de investimentos do Brasil, fundada em 2013.

No entanto, Rodrigues revela que uma das condições para entrar no sandbox era que a SMU não fosse a única emissora com a qual a Estar trabalhasse, portanto mais listagens, advindas de outras companhias estão a caminho. “Estamos um passo à frente no sandbox, mas sem monopólio. Já propusemos a captação de quatro empresas clientes de outras plataforma”, explica.

A operacionalização dos tokens da Estar será realizada de modo que a custódia das chaves públicas dos tokenistas será da própria startup. “Nós teremos a custódia das chaves públicas e privadas para fins de facilidade do projeto. Com isso, os investidores não podem sacar o token da Stellar, que é a blockchain que usamos, e jogar para uma carteira no Ethereum, por exemplo. Com a evolução do sandbox, a.. leia mais em Valor Econômico 08/03/2023